Ibama prende quatro por tráfico de animais em MG

Operação inédita de de combate ao tráfico de animais silvestres, desencadeada neste final de semana pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na BR-381, em Perdões (MG), culminou na prisão de quatro pessoas, e apreensão de cerca de 30 animais, dois encontrados mortos por não terem resistido à viagem.

A rodovia é apontada pelo Ibama como um importante corredor de tráfico de animais silvestres. Dois mil e quatrocentos veículos foram vistoriados por dez agentes de fiscalização do Ibama e sete policiais Militares Ambientais da Companhia de Lavras, além de cinco policiais rodoviários federais. Quatro multas foram emitidas, totalizando R$ 13 mil.

Durante a operação, foram distribuídos folhetos orientando passageiros e motoristas sobre a ilegalidade de se manter animais silvestres em cativeiro, e a forma legal para adquirir animais deste tipo como bicho de estimação.

Segundo o agente do Ibama Adriano Garcia de Souza, coordenador da operação, quase todos os animais apreendidos eram pássaros da fauna silvestre capturados em Minas e na Bahia, como galo-de-campina e canário-da-terra, que seriam vendidos em São Paulo.

"Um exemplar de galo-de-campina, por exemplo, chega a custar até R$ 600", disse Garcia, observando que nenhum dos animais apreendidos consta na lista oficial do Ibama de espécies ameaçadas de extinção. "A operação deverá ocorrer de forma sistemática durante o ano de 2005", disse.

No ano passado, o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama em Belo Horizonte recebeu cerca de 4.340 animais, sendo que mais de três mil foram apreendidos em operações de fiscalização.

A lei de Crimes Ambientais prevê prisão de seis meses a um ano, e multa de R$500 a R$5 mil para quem capturar, transportar, vender, comprar ou manter em cativeiro animais silvestres sem a devida permissão ou licença do instituto.