Familiares e amigos do menino de 4 anos de idade que morreu afogado após ser jogado da Ponte Júlio Müller, em Cuiabá, vão realizar na noite desta terça-feira (13) um protesto contra a violência. Segundo o advogado da mãe da criança, Claudino Aleixo Júnior, o ato tem o objetivo de chamar a atenção da população contra todos os tipos de violência. “Queremos que as pessoas parem para pensar antes de cometer um crime dessa natureza. Os pais do menino querem conscientizar as pessoas para que se evite futuras tragédias”, declarou ao G1.
O movimento tem sido propagado pelas redes sociais e pelos bairros da Cuiabá e Várzea Grande, na região metropolitana. A passeata está prevista para iniciar a partir das 18h (horário de MT) em frente à residência onde a avó da criança, no bairro Dom Aquino, na capital. Depois, os moradores pretendem fazer uma caminhada pelas ruas do bairro.
O menino foi arremessado da ponte no Rio Cuiabá pelo ex-namorado da mãe da vítima, Tássia Alves, de 24 anos, na manhã de domingo (11). O principal suspeito do assassinato, o ex-namorado dela, foi preso no mesmo dia pela Polícia Militar e encaminhado para o Centro de Ressocialização de Cuiabá. No depoimento à Polícia Civil, ele disse apenas que iria se manifestar em juízo e preferiu não falar sobre o caso.
O suspeito também seria o autor do homicídio contra a mãe da ex-namorada, a professora Admárcia Mônica da Silva, de 44 anos. De acordo com as investigações da polícia, o rapaz entrou na residência dela à procura de Tássia, no entanto, a jovem não estava. Na ocasião, ele e a ex-sogra teriam discutido quando ocorreu o assassinato. A declaração de óbito do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a vítima foi esfaqueada e teve o corpo parcialmente carbonizado.
A criança estava na casa da avó quando ela foi assassinada e foi levada pelo suspeito até a ponte Júlio Müller, onde foi jogada por ele no rio. O corpo do menino foi encontrado minutos depois por um pescador próximo ao local. “Foi horrível. Não acredito que o ser humano é capaz de fazer esse tipo de coisa”, declarou o pai da criança, Lauro Pereira Camargo, que também disse estar perplexo e abalado com o crime.
Testemunhas
Criança foi jogada da ponte sobre o Rio Cuiabá
(Foto: Pollyana Araújo/G1)
Os bombeiros foram acionados para apagar as chamas da residência pela vizinha da vítima, Manoella de Souza Silva. “Eu acordei às 6h com um barulho de buzina e cheiro de fumaça dentro do meu quarto. Aí eu ouvi a buzina. Fui para a porta e vi o fogo no cômodo da residência”, contou.
Testemunhas também viram o suspeito segurando a criança nos braços próximo à grade de proteção da ponte Júlio Muller e, em seguida, jogar a vítima no rio. Um motociclista que passava sobre a ponte contou que achou estranha a situação porque o suspeito estava muito perto da beirada da ponte com a criança nua. "Parei a motocicleta e fiquei olhando, quando de repente ele jogou a criança no rio", disse a testemunha à polícia
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