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Terça - 30 de Novembro de 2004 às 08:25

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A população cuiabana está dividida sobre a construção da passarela sobre a avenida Brasília, no bairro Jardim das Américas. Alguns acreditam que a obra virá beneficiar tanto os interesses do shopping quanto aos do público, já que a mesma funcionará 24 horas por dia independente do horário de funcionamento do empreendimento comercial. Outros acham que a passarela só serve aos interesses comerciais, pois liga uma galeria a outra.

“O fluxo de carro nessa avenida é grande. É complicado atravessar a rua em determinado horário. Nesse momento poderemos usar a passarela, que é segura. Posso, por exemplo, colocar meu carro no estacionamento do shopping, usar a passarela para chegar do outro lado da avenida e ir ao meu dentista. Só vejo benefícios tanto para o lado comercial quanto para o público”, comentou Luiz Domingos, morador do bairro Boa Esperança.

O taxista Francisco de Azevedo, que tem seu ponto de de táxi em frente ao shopping, acredita que a passarela serve unicamente ao propósito comercial. “Ninguém usa passarela para atravessar de um lado para o outro. Um exemplo disso é a passarela da avenida Fernando Corrêa. As pessoas preferem correr o risco de morrer atropeladas do que subir todas aquelas escadas para atravessar a rua. Agora, visualmente ficou uma coisa bonita, o que pode trazer curiosidade e aumentar o fluxo de pessoas e o uso do meu táxi”, comentou Francisco.

Não é só a diversidade de opinião da população que tem gerado assunto quanto à passarela. A briga judicial existente entre o Ministério Público, que entrou com um recurso para a retirada da passarela no Juizado Volante Ambiental (Juvam) alegando a não realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) pela Fema, e a Construtora responsável, também está gerando polêmica.

O recurso do MP foi aprovado pelo juiz José Zuquim Nogueira, que estipulou o prazo de 10 dias para a retirada da obra.

O assessor jurídico da Construtora disse ter recebido a notificação da retirada da passarela na tarde de ontem e que as obras estão paradas, mas que irá recorrer da decisão.

“Estamos buscando o efeito suspensivo dessa liminar. Vamos recorrer, sim. A parte burocrática para a realização da obra está legalizada. Em momento algum fomos procurados, o juiz só ouviu um lado da história, que é a da promotoria. Somos profissionais, não estamos aqui de brincadeira”, ressaltou Jean José Juquim, assessor jurídico da Construtora.

O assessor jurídico da Fema, Arnaldo Augusto Dorileo Leite, afirmou que ao contrário do que diz a promotoria do MP, houve, sim, todo um estudo para a realização da obra e que por não haver impacto ambiental não há necessidade de se utilizar o estudo em EIA/Rima. “Esse recurso só é usado em casos de grandes impactos ambientais, o que não é o caso”, explicou Arnaldo.

Ele disse ainda que a passarela quando pronta será doada ao município, o que confirma a tese de que atenderá não apenas aos interesses comerciais como também públicos. “A passarela poderá ser usada da mesma forma que é utilizada a passarela da Avenida Fernando Corrêa, por exemplo”, ressaltou Arnaldo.




Fonte: Folha do Estado

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