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Nacional
Domingo - 31 de Outubro de 2004 às 13:02

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O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), 77, deve amargar sua pior derrota em Salvador (BA). Seu candidato, o senador Cesar Borges, 55, está em grande desvantagem na disputa municipal, atrás do deputado João Henrique Carneiro (PDT), 45.

O pedetista, com 42 pontos percentuais de vantagem, chega hoje ao final da campanha sem ter realizado um único comício, ao contrário do seu oponente.

Por trás da mudança na campanha do pedetista está o publicitário paulista José Roberto Berni, 57, que morou 20 anos na Bahia. "Conheci o candidato em junho, pouco antes do início da campanha. De cara, pensei em desenvolver campanha que unisse a estética da beleza e da pobreza".

Sem recursos financeiros, Berni optou por fazer "campanha musical", com veiculação de sete jingles, que de uma forma diferente ocuparam o vazio deixado pela ausência de comícios.

"O deputado João Henrique sempre teve uma popularidade alta na classe média, por causa de sua luta em defesa do consumidor. Minha maior preocupação, no começo, foi levá-lo para a periferia da cidade".

O discurso do candidato também derrubou as "acusações" de Borges, que usou seu espaço na televisão para mostrar que João Henrique não "tem preparo" para administrar a terceira maior cidade do país. "Vou manter o que está certo e mudar apenas o que está errado", respondeu o pedetista.

Caso seja eleito, o publicitário disse que não teme uma comparação entre a administração de João Henrique e a do prefeito Antonio Imbassahy, apontadas nas pesquisas entre as duas melhores do Brasil nos últimos oito anos.

"Houve uma maquiagem muito grande na cidade e isto impressionou os eleitores. É evidente que o deputado João Henrique vai demorar ao menos um ano para desmontar a atual máquina administrativa e impor seu ritmo".

Antes de acertar com o deputado pedetista, Berni já tinha participado de duas campanhas na Bahia - Waldir Pires (86) e Roberto Santos (90). "Depois, fui morar em Angola e rodei pelo Brasil".

Jogo duro

Inconformado com o apoio do PT baiano à candidatura de João Henrique, ACM anunciou que não terá mais "complacência" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Os erros do seu governo não terão mais minha tolerância".

Cesar Borges, que já admitiu a derrota para seus auxiliares, também pretende ser mais crítico. "A partir do resultado das eleições, começa uma nova etapa no cenário político em Brasília", disse. Na última quinta-feira, o candidato anunciou sua primeira "retaliação" ao acordo PT/PDT na Bahia - a assinatura do requerimento para a instalação da CPI do caso Waldomiro Diniz.

Derrotado por uma diferença de 3.000 votos no primeiro turno por Borges, o deputado Nelson Pellegrino disse que Lula não pode levar a sério as ameaças do PFL baiano. "ACM e sua turma sempre estão mudando de lado, de acordo com as suas conveniências. Agora, como não conseguiram ainda digerir a derrota acachapante em Salvador, o grupo lança outro balão de ensaio".




Fonte: FolhaPress

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