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Nacional
Quinta - 21 de Outubro de 2004 às 23:33

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O programa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para combater a fome no país foi alvo esta semana de quase 200 denúncias de corrupção, segundo informaram hoje, quinta-feira, fontes oficiais.

As denúncias por desvios e irregularidades no promovido plano "Fome Zero" saltaram de uma média de três por dia nos últimos meses para cerca de 200 entre segunda-feira e quarta-feira desta semana, admitiu a secretária executiva do Ministério de Desenvolvimento Social, Ana Fonseca.

O aumento das queixas ao programa de Lula aconteceu depois de uma reportagem exibida no domingo por um programa de televisão, no qual foram mostradas diversas irregularidades com os recursos públicos destinados a subsidiar famílias mais pobres.

Com câmeras escondidas, o programa mostrou que, pelo menos em três cidades investigadas, parte dos recursos do plano social está beneficiando famílias com casa própria e com razoáveis condições financeiras, enquanto as mais necessitadas não foram atendidas.

O governo admitiu na segunda-feira que está investigando as irregularidades e divulgou novamente os números dos telefones para que os brasileiros possam ligar gratuitamente e denunciar desvios de verba no programa "Fome Zero".

"A divulgação dos números de telefone nos meios de comunicação incentivou essa mobilização e a multiplicação das denúncias, que é fundamental para a boa continuidade do programa", afirmou Ana Fonseca, citada pela Agência Brasil.

A funcionária informou que o governo aumentará o número de pessoas dedicadas à fiscalização do uso dos recursos do programa e tentará melhorar o controle junto com os governos municipais.

Segundo fontes oficiais, as prefeituras são as encarregadas de apresentar as listas de famílias que requerem os subsídios, que são concedidos pelo governo federal.

A Procuradoria suspeita que alguns prefeitos usaram o programa com fins eleitorais, ou beneficiário apenas a familiares, amigos e companheiros políticos.

A maioria das denúncias contra o plano de combate à fome se refere a famílias incluídas irregularmente como beneficiárias, segundo Fonseca.

De acordo com os números do governo, o plano atende a quase cinco milhões de famílias em 5.463 municípios. A meta é ampliar o espectro até 6,5 milhões de famílias ao fim deste ano.

Segundo o ministro de Desenvolvimento Social, Patrus Ananías, o orçamento total deste ano para todos os projetos de combate à fome e à pobreza supera os 6 bilhões de reais (cerca 2,1 bilhões de dólares).




Fonte: EFE

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