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Saúde
Quinta - 21 de Outubro de 2004 às 14:44

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Professor salienta que o grande desafio é garantir a permanência qualificada do surdo na escola, sem paternalismo.

Nesta semana, o professor e especialista em surdez, Marcos Antônio Arriens, está em Cuiabá ministrando um curso realizado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para 60 professores de Cuiabá, que trabalham em salas de recurso e especial, além de centros especializados com portadores de necessidades auditivas.

Natural de Santa Rosa (RS), o professor começou a trabalhar com surdos em 1983 quando cursava o Seminário em Teologia Exegética (Grego e Hebraico). Nesse período, já alimentava o desejo de ir para a África ou França como missionário. O professor conta que aprendeu a linguagem de Sinais num estágio de férias, numa evangelização para surdos. Logo se tornou membro da Comissão de Luta pelo Direito do Deficiente Auditivo do Paraná.

Como primeiro ouvinte membro da Associação de Surdos do Paraná, Marcos começou a levar surdos a diversas comunidades das Igrejas Batistas. Mas, além das aulas de religião, o professor percebeu que poderia também falar sobre drogas, namoro, sexo e relações humanas. Em 1990 foi ordenado pastor, usando sua vida integralmente para os surdos.

Durante 20 anos em contato com essas pessoas, Marcos ministrou vários cursos no Brasil e exterior. Hoje, o professor domina sete línguas orais e dez de sinais, dedicando-se ao Ministério com Surdos, desenvolvido pela Igreja Batista no Brasil e em diversos países, como a Argentina, Chile, Venezuela, Israel, Coréia do Sul e Jordânia. Além disso, uma série de projetos também são desenvolvidos na África, Ásia, China, Rússia Índia e Singapura.

O professor destaca que os princípios da inclusão passam pelo meio físico, habitação, transportes, serviço, saúde, oportunidades educacionais de trabalho, vida cultural e social, esportes e recreação. "O grande desafio é torná-los independentes, que saibam decidir".

Para ele, um dos problemas da Escola Especial é oferecer os serviços segregados, isolando os alunos e, dificultando a ida deles para as classes regulares."Hoje as Escolas Especiais desenvolvem programas com extrema individualização, com tendência a ocultar os fracassos pedagógicos que mais tarde aparecerão no Ensino Regular".

Marcos adianta que a tendência no mundo todo é não diferenciar o currículo da escola normal para a especial e aconselha que as Secretarias de Educação devem estabelecer novos critérios de avaliação e currículo destas escolas. "Incluir um surdo é fácil, o difícil é garantir a sua permanência", finalizou ele.

O curso, que está sendo realizado no Hotel Fazenda Mato Grosso, termina na próxima sexta-feira (22.10).




Fonte: Seduc-MT

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