Prefeito reeleito acusado de comprar votos numa aldeia

O mesmo nome, o mesmo desejo e sete votos de diferença nas urnas. O candidato Juracy Rezende (PT) questiona na Justiça a lisura do pleito que garantiu a reeleição do prefeito Juracy Aquino (PL), candidato da coligação "Juntos com o Povo" (PP, PTB e PL), em General Carneiro (a 449 km de Cuiabá).

De acordo com Rezende, o prefeito teria comprado votos por cestas básicas, bicicletas e até a promoção de churrasco.

Aquino foi procurado por A Gazeta, através de telefone, mas não foi encontrado para falar sobre o assunto. O processo foi protocolado no dia 06 de outubro e tramita sob o número 151/04. O chefe do cartório eleitoral da 47ª Zona confirma a denúncia e que na ação principal constam provas, depoimento de testemunhas e até notas fiscais da suposta aquisição de cestas básicas. Parte delas, supostamente foram doadas a índios xavante da aldeia Sangradouro.

"No dia da eleição, o prefeito permaneceu o dia todo na aldeia", insinua o candidato derrotado. Embora a justiça já tenha julgado improcedente outra ação interposta pelo petista, ele se baseia na diferença de votos para argumentar que houve compra de votos dos indígenas. "Lá, ele teve 297 votos, enquanto eu recebi apenas 28". Rezende garante que possui 10 testemunhas que confirmam a venda de voto em favor do eleito.

"Os valores pagos pelo meu adversário variam entre R$ 50 e R$ 60 por eleitor", completa. Por causa da denúncia, Rezende defende a anulação dos votos da seção que funcionou na aldeia Sangradouro. Na eleição de 3 de outubro, Juracy Aquino recebeu 1.347 votos (37,78%), enquanto Juracy Rezende (PT) teve 1.340 (37, 59%), uma diferença de 0,11% ou sete votos. O eleitorado de General Carneiro é formado por 4.355 eleitores, onde estão 15 seções eleitorais.

Outros dois candidatos disputaram o pleito, mas ficaram bem atrás no resultado final.