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Meio Ambiente
Terça - 19 de Outubro de 2004 às 07:16

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A partir de hoje até sexta-feira (22), Cuiabá será a capital da água e do agronegócio. A cidade foi escolhida para receber o XIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, cujo tema, diretamente ligado à principal atividade econômica do Estado, será “A gestão integrada e dinâmica de aqüíferos: eficiência e agronegócio”. “Como as águas subterrâneas correspondem a 97% da água doce disponível no planeta, falar sobre água subterrâneas é falar sobre água em geral”, lembra o presidente do núcleo Centro-Oeste da Associação Brasileira da Águas Subterrâneas (Abas), Maurício de Sant’Ana Barros.

Esta edição do congresso vai discutir os múltiplos usos das águas subterrâneas, incluindo saneamento básico, agroindústria, águas minerais, artesianismo, hidrotermalismo, recarga artificial de aqüíferos, uso racional e reuso da água.

“Os temas são extremamente atuais e pertinentes, uma vez que as águas subterrâneas representam um diferencial diante da grave crise que se anuncia para esse século, da falta d’água, em quantidade e qualidade. Para isso, no entanto, é necessário que sejam utilizadas de forma correta e racional”, lembra o presidente da Abas, Joel Felipe Soares.

A Abas é a realizadora do congresso, que conta com a parceria da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH) e da Associação Brasileira das Empresas de Diagnósticos e Remediação de Solos e Águas Subterrâneas. A programação do congresso inclui cursos, sessões técnicas, conferências e mesas-redondas, além de apresentações dos expositores.

Entre os assuntos, destaca-se uma conferência sobre o projeto Aqüífero Guarani, com o secretário-geral do projeto, Luiz Amore, além de outras duas, sobre os usos múltiplos do termalismo e do artesianismo e sobre a contaminação da águas subterrâneas por atividade agrícola e depósito de combustíveis.

As mesas-redondas abordarão temas que vão da gestão integrada de aqüíferos ao financiamento para o setor, passando pela relação entre a água subterrânea e o desenvolvimento agrícola.

Muitos reconhecem este século como sendo o “Século da Água”, uma vez que se discute todos os dias o valor de cada gota de água potável para a humanidade. O Brasil concentra quase 20% de toda a água doce do planeta e Mato Grosso abriga as nascentes dos principais sistemas hídricos do Amazonas, além de estar se tornando o principal celeiro do país, ocupando o primeiro lugar nacional na produção de grãos e no rebanho bovino.

A importância do agronegócio no Estado determinou a escolha do tema central do congresso, colocando em discussão a questão da água potável e seu valor para a humanidade. “No Brasil, as leis que regem as políticas de recursos hídricos são muito avançadas. O problema é que não existe uma ação política eficiente voltada para os dois principais pontos na questão da água: a educação e o saneamento”, afirma Joel. “Hoje, no país, 80% dos esgotos coletados são jogados nos rios, sem nenhum tratamento. E o pior: somente 50% dos esgotos são coletados. Nesse ritmo, entraremos em colapso antes de 2015”, alerta.




Fonte: Folha do Estado

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