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Polícia Brasil
Quinta - 02 de Setembro de 2004 às 13:17
Por: ALECY ALVES

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Dessa vez “representantes” de empresa paulista usaram um outro modo para abordar suas vítimas.

Mais duas pessoas que caíram no golpe do sorteio das “férias dos sonhos” procuraram a Delegacia de Estelionato ontem para prestar queixa contra a Solemar Hotéis e Camping Club, com sede em São Vicente (SP). Mas a abordagem das vítimas aconteceu de forma diferente das duas primeiras que recorrem à polícia na segunda-feira.

A estudante de Direito Francielle Cristina Nunes, de 24 anos, e o assessor parlamentar Suede Luz, de 27, não telefonaram para nenhum número após ouvir anúncios de rádio sobre o falso sorteio, como aconteceu nos dois casos noticiados ontem pelo Diário.

Eles ficaram sabendo que “receberiam o prêmio” porque preencheram cadastros em um posto de combustível em Cuiabá. Francielle e Luz foram procurados por telefone dois dias após preencherem fichas para participar do sorteio de três ou quatro diárias, com direito a passagem, em hotéis de luxo a escolher – beira mar, águas termais ou minerais, clube de campo ou hotel fazenda. Compareceram no mesmo posto na hora indicada pelos golpistas.

Foi lá que em horário diferente os dois, que só se conhecerem ontem na delegacia, caíram no golpe e compraram o falso título de “sócio vitalício”. Pela proposta dos estelionatários, além das estádias gratuitas eles poderiam ser sócios, com direito a 28 diárias ao ano, pagando somente os custos com alimentação. O valor, R$ 780, representava apenas 10% do preço real do título e ainda poderia ser parcelado em até cinco vezes com cheques pré-datados.

O homem que atendeu Francielle se identificou como José Carlos, enquanto o que vendeu o “título” para Suede Luz se apresentou como Airton. Diante de folderes que mostram hotéis de luxo, tanto a estudante quanto o assessor imaginaram as férias dos sonhos.

Luz diz que enquanto via as fotos do mar azul e a imensa praia sonhou com um passeio com a família. O desejo dele foi tão grande que preencheu a única folha de cheque que tinha no talão com o valor de R$ 260 para saque à vista e assinou cinco notas promissórias. Com um exemplar do Diário embaixo do braço, ele disse que ficou sabendo que era um golpe pelo jornal. Mas no dia anterior, já desconfiado, até pediu para uma amiga consultar o cadastro de pessoa jurídica da Solemar (CNPJ), mas não conseguiu descobrir nada.

Francielle até tentou reaver os cheques que emitiu, mas não encontrou os vendedores do título no hotel em que deveriam estar hospedados e onde, no dia anterior, fizeram contato com ela. Quando esteve no hotel para pegar contrato e regulamento da empresa, Francielle disse que conseguiu convencer duas mulheres a desistir da compra. “Eu já suspeitava que era golpe e consegui alertá-las”, completou.




Fonte: Diário de Cuiabá

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