Vocação econômica e a saída para Chapada dos Guimarães

O município de Chapada dos Guimarães possui atrativos para todos os perfis de praticantes do ecoturismo. Há rios, lagoas, corredeiras, cascatas e cavernas.

O turismo é a alternativa principal para o desenvolvimento da Chapada dos Guimarães, tanto na geração de emprego e renda, como na consolidação de uma economia forte e duradoura para o município.Se exercida de forma correta e planejada a atividade, poderá gerar resultados econômicos consistentes e garantir a sua sustentabilidade em longo prazo, protegendo o patrimônio natural e cultural.

O ordenamento do turismo no Parque de Chapada dos Guimarães poderá trazer vários benefícios, como: definição de critérios para a visitação ordenada com a elaboração de um plano de manejo adequado; utilização racional do patrimônio natural e sua preservação; aumento da receita para a comunidade local; melhor qualidade de vida para a população no município.

O turismo ordenado e sustentável preserva o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e a formação de uma consciência ambientalista, promovendo o bem-estar da comunidade.

Produto turístico é o conjunto de bens e serviços que se oferecem ao mercado para um bem-estar material e espiritual do cliente, não devemos, portanto, confundir matéria-prima com produto turístico. O Parque da Chapada dos Guimarães ainda é a matéria-prima. É necessário transformá-lo em produto, com preço justo, qualidade, segurança e profissionalismo.

É tarefa do administrador público, encarregar-se de ordenar a expansão da urbanização, do crescimento, da infra-estrutura, da segurança pública e dos serviços locais, além de outros fatores que influenciem diretamente na qualidade de vida da população local e do turista visitante.

O gestor público deve, com base em um planejamento, envolvendo os diversos segmentos da sociedade, definir a política do turismo, dividindo-a em projetos e programas que poderão ser ajustados estrategicamente visando garantir a sustentabilidade turística e do meio ambiente local. Neste processo de definição a participação da sociedade é fundamental.

Torna-se urgente a necessidade de definição de um Plano Urbanístico para Chapada dos Guimarães. Deve-se elaborar e executar projetos em parcerias com a iniciativa privada para melhorar o estilo das construções do centro da cidade, construir um calçamento e a jardinagem em geral, com espécies nativas que suportem as variações climáticas locais e que estabeleçam a harmonia com o meio ambiente, colocar lixeiras decoradas, grades nos jardins, sinalização educativa e turística, bancos estilizados e fontes luminosas.

A valorização e o fortalecimento dos costumes locais, manifestações religiosas que são tantas, um festival de artesanato, de folclore e gastronomia, precisam ser inseridos no calendário estadual. O turismo deve ser um incentivo às manifestações sociais, artesanais, gastronômicas e folclóricas, envolvendo de forma maciça a comunidade, pois ninguém é mais responsável pelo desenvolvimento do turismo sustentável do que a própria comunidade. É ela que deve escolher o que quer e como quer. Sem a comunidade nada acontece e o planejamento do turismo deve passar por um programa de conscientização da população quanto à importância dessa atividade econômica poderosa e geradora de emprego e renda.

Torna-se essencial o engajamento da comunidade, no sentido de traçar uma política que, além de valorizar o turismo regional, trabalhe pela preservação dos mananciais, garantindo às futuras gerações o que há de extraordinário e precioso. O sucesso na realização do planejamento faz com que as vantagens das mais variadas formas surjam naturalmente.

O emprego de mão-de-obra local, ocupada na produção de bens e serviços terá um acréscimo considerável, aumentando a rentabilidade das famílias de menor poder aquisitivo. A necessidade de mão-de-obra especializada, como recepcionistas, camareiras, garçons, cozinheiros, recreacionistas, guias, etc, incentivará a comunidade a se profissionalizar.

O aumento dos turistas fará setores como o de restaurantes e lanchonetes se expandir e as construções e empreendimentos criarão a possibilidade de novos estabelecimentos e vagas. Além disso, o município deverá implementar um transporte coletivo e de táxis, condizente o que favorecerá não só os visitantes, mas também a comunidade em geral.

Com a modernização e qualificação do setor hoteleiro, haverá a geração de empregos e a movimentação do comércio, pois os novos empreendimentos precisarão para atender aos hóspedes e clientes, produtos em maior quantidade, além do movimento dos turistas pelo comércio da cidade em busca de lembranças, filmes fotográficos, protetores solar e souvenires entre outras curiosidades. A inauguração de novos entretenimentos para adultos e crianças, é essencial para aumentar a estada do turista na cidade e beneficiará também a população local que poderá utilizá-los.

A concorrência entre as empresas será benéfica, pois o aumento da produção estimulará a competitividade entre os produtos em oferta, melhorando a sua qualidade, além de aumentar a entrada de dinheiro na cidade, maior arrecadação de tributos por parte da prefeitura e o aumento da renda familiar fará com que as pessoas consumam mais movimentando todos os setores da economia local.

Que Chapada dos Guimarães busque a saída no turismo, ela é sem sombra de dúvidas a melhor!

* Luiz Fernando Caldart é advogado e atualmente ocupa o cargo de superintendente de Desenvolvimento do Turismo na Secretaria de Estado de Turismo. E mail: superturismo.mt@ terra.com.br