PF vistoria diretório do PPS e apreende fichas fraudulentas

Em posse de um mandado expedido pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá, Márcio Vidal, a Polícia Federal apreendeu ontem, na sede municipal do PPS, a lista de filiados aptos a votar na convenção do próximo dia 30. Foram levadas também cópias do Estatuto do partido e de atas de reuniões relativas às eleições de 2004. A ação foi movida pelo deputado Carlos Brito, que alega fraude por parte do grupo ligado ao também deputado Sérgio Ricardo. Ambos disputam internamente a candidatura da sigla à Prefeitura de Cuiabá.

Após a diligência, o delegado Denes Pali não comentou o assunto. Ele estava acompanhado por mais três policiais, sendo que um deles estava visivelmente armado. A ação foi assinada também pela promotora eleitoral Naume Denise Nunes Rocha Muller, às 7h. Trinta minutos depois o juiz já tinha despachado.

"Solicitei essa intervenção porque perdi toda a confiança no processo interno. Além do mais, tive informação de que foram distribuídas a pré-candidatos a vereador mais de 6 mil fichas de filiação. Com isso, eles querem fazer filiações retroativas, ou seja, filiar pessoas apenas para votar no outro candidato no dia da convenção. Não concordo com esse tipo de procedimento. Sei que é uma fraude e uma preparação para o estelionato político contra Cuiabá", acusa Brito.

Segundo ele, sua assessoria solicitou junto ao diretório municipal a lista de filiados e os dirigentes não responderam à solicitação. "Trabalho apenas com fatos. Tive informações sobre essas filiações irregulares e acionei a Justiça. Querem beneficiar o outro candidato. Acontece que, tudo que nasce da fraude, acaba em fraude também", acrescenta. Ex-secretário-chefe da Casa Civil no governo Blairo Maggi (PPS), Brito desistiu em fevereiro passado da pré-candidatura ao Palácio Alencastro alegando ter sido preterido na disputa interna. Nesta semana, ele retomou o projeto dizendo que pode vencer o pleito com a apoio da maioria dos correligionários.