As investigações preliminares da Polícia Federal, de acordo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), até nesta terça-feira (23), apontam que não houve participação de servidores da Justiça Eleitoral no caso dos documentos supostamente falsificados e encontrados jogados em uma do Bairro Capela do Piçarrão, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. As investigações também indicam que os documentos encontrados não foram utilizados para a votação no dia 7 de outubro.
Segundo a Polícia Federal, na última quinta-feira (18) mais de 50 títulos de eleitor e 98 carteiras de identidade foram achados no bairro. Além disso, a PF também identificou cinco eleitores que não conseguiram votar na cidade.
De acordo com a assessoria de imprensa do TRE, além dos documentos encontrados na quinta, algumas crianças também acharam comprovantes de votação, títulos de eleitor e identidades no mesmo local. Elas contaram para uma professora, que na ocasião, entrou em contato com a diretora e informou o cartório eleitoral do município sobre o ocorrido.
Segundo a PF, nesses documentos encontrados há fortes indícios de falsificação. Os documentos foram emitidos no dia 15 de julho de 2007, sem foto, com apenas uma certidão de nascimento. Ou seja, todos os eleitores têm o mesmo pai e a mesma mãe. “Eles foram falsificados, seriam utilizados, mas não foram. E porque razão eles foram encontrados na Capela do Piçarrão? Certamente as pessoas responsáveis pela falsificação queriam descartar esses documentos falsos. Eles queriam apagar as evidências do crime”, afirmou o delegado federal responsável pelas investigações, Cristiano Nascimento.
Já os comprovantes do crime de votação que também foram abandonados perto de um córrego no bairro são bem parecidos com os da Justiça Eleitoral, afirmava a PF. “A impressão deles é muito semelhante à impressão da Justiça Eleitoral”, ressaltou o delegado.
Contudo, de acordo com o desembargador do TRE, Rui Ramos Ribeiro, já foi possível identificar que não se tratavam de documentos oficiais produzidos pela Justiça Eleitoral. Ele afirmou ainda que os comprovantes de votação dispostos em formulários contínuos encontrados não correspondem a nenhum caderno de votação original produzido pelo Tribunal Superior Eleitoral e encaminhados ao TRE-MT.
Conforme o Tribunal, as informações preliminares da investigação dão conta que os documentos de identidade (RGs) encontrados não continham fotos ou assinaturas. O presidente lembrou que muitos dos documentos encontrados não são retidos pela Justiça Eleitoral, como as carteiras de identidade e de habilitação usados para a identificação do eleitor na hora da votação.
Por conta desses transtornos ocorridos no município de Várzea Grande, o presidente do TRE reforçou a importância da utilização da biometria no processo eleitoral para aumentar ainda mais a segurança na identificação do eleitor.
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