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Cidades/Geral
Quarta - 28 de Abril de 2004 às 08:38
Por: Neusa Baptista

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Integrar os cinco estados que tiveram projetos aprovados pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) para a produção e testagem do biodiesel é o objetivo da reunião dos secretários de Ciência e Tecnologia com Francelino Grando, secretário de Política de Informática e Tecnologia do MCT, nesta quarta-feira (28.04), às 9h, em Belo Horizonte.

A reunião é o primeiro passo para consolidar a Rede Nacional de Biodiesel e contará com a presença da secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, Flávia Nogueira, e do coordenador geral de Convênios e Projetos Especiais da Fapemat, Alexandre Golemo.

Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro também tiveram programas de desenvolvimento do biodiesel aprovados pelo MCT. Mato Grosso apresentou no ano passado ao ministério os projetos “Transesterificação induzida por microondas: produção de biodiesel em escala piloto” e “Testes de aplicação do biodiesel e misturas com óleo diesel em motor diesel”, que fazem parte do Programa de Biocombustíveis do Estado de Mato Grosso (Probiomat), elaborado em 2003 pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec). O Probiomat foi aprovado este ano pelo ministério e receberá R$ 400 mil, 90% vindos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e 10% do Governo do Estado, via Fapemat.

REUNIÃO - A reunião terá início com a palestra “O Programa Brasileiro do Biodiesel e a articulação com os programas estaduais”, a ser proferida por Grando. Em seguida será exposto o programa de trabalho do Grupo Gestor, formado pelos cinco estados e cada estado irá apresentar suas experiências com o biodiesel. “O MCT quer que os programas sejam desenvolvidos de forma integrada”, explica Flávia Nogueira. Outro objetivo é esclarecer e padronizar os procedimentos burocráticos como o envio de documentação e preenchimento de formulários. Flávia destaca que a reunião foi solicitada pelo próprio Fórum Nacional de Secretários de Ciência e Tecnologia, pois os estados sentiam-se inseguros para enviar projetos e realizar outros procedimentos. “Enviamos o nosso programa mesmo assim e ele foi considerado bom, prova disso é que foi aprovado”.

A contínua busca de avanço tecnológico e o interesse nos testes com o biodiesel são as vertentes de interesse dos estados. De acordo com Flávia, o ministério também solicitou como tarefa a Mato Grosso que trabalhe em conjunto com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), para estabelecer os padrões mínimos de qualidade para a liberação do biocombustível para o mercado.

Experiências de plantio de oleaginosas para a futura produção de biodiesel já estão sendo feitas em Mato Grosso. Uma delas está sendo desenvolvida pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec) em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (Seder), o Incra, a Fiemt, o MST, a Ecológica Mato Grosso (Ecomat) – única empresa brasileira a produzir biodiesel em larga escala - e outras entidades em assentamentos de produtores rurais de Campo Verde. Lá foram plantados girassol, nabo forrageiro, amendoim e gergelim em Unidades Experimentais que terão o seu desenvolvimento acompanhado a fim de verificar a viabilidade de cada cultura. O objetivo é utilizar o biodiesel produzido em motores estacionários, que produzirão energia para os próprios assentamentos.

PROBIOMAT – A principal meta do Probiomat é integrar Mato Grosso à Rede Nacional do Biodiesel, promovendo o desenvolvimento dessa opção de combustível menos agressiva ao ambiente e gerando empregos no campo e na cidade. Também é objetivo do programa contribuir para o desenvolvimento tecnológico e de inovação no Estado e incentivar o uso de combustível derivado de matérias-primas regionais.

Apontado com substituto do diesel comum, o biodiesel pode diminuir consideravelmente a emissão de poluentes. O Probiomat prevê também a criação do Núcleo Tecnológico do Probiomat, uma rede de estudo, pesquisa e testagem do combustível no Estado. Com isso, espera-se, entre outras coisas, desenvolver soluções em uso de energia para comunidades remotas, em especial os assentamentos rurais.

Mato Grosso consome anualmente 1.711 bilhão de litros de diesel, divididos entre as empresas frotistas e o consumidor final, tendo se tornado o carro-chefe da arrecadação no Estado. “O objetivo da Secitec e da Fapemat é intermediar as conversações entre as entidades de pesquisa e os interessados em trabalhar com o biodiesel”, explica Golemo. Os Estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte também desenvolvem testagem do biodiesel.




Fonte: Redação Secom - MT

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