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Economia
Terça - 04 de Março de 2014 às 03:27

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Produtores de Mato Grosso enfrentam dificuldades com o escoamento da safra devido a  falta de motoristas no pico da colheita da soja. O problema de mão de obra soma aos empecilhos já conhecidos no setor, como a precariedade das estradas e o excesso de umidade no campo.

Toda a produção que sai dos campos é movimentada sobre rodas. É tanto grão que se fosse para transportar tudo de uma só vez seriam necessários 675 mil caminhões bitrens com capacidade para 40 toneladas cada. Levando em conta  que o estado deve produzir nesta safra, em 8 milhões de hectares, quase 27 milhões de toneladas. Esses caminhões enfileirados, ocupariam 13 mil e quinhentos quilômetros, pouco mais de uma volta completa ao redor da terra.

Para escoar toda a safra, a frota de caminhões em Mato Grosso está sendo ampliada. O gerente de uma concessionária, Roberto Nunen, conta que a a empresa vendeu no ano passado mais de 1,2 mil veículos. Um crescimento de 113% comparado com o ano anterior. "Nós tivemos um aumento expressivo nas vendas de veículos por vários fatores, primeiro pela abundância de créditos com juros convidativos; segundo, pelo aumento da safra que em Mato Grosso cresce 10% ao ano”.

Com a frota crescente, aumenta a disputa por motoristas especialmente nesta fase, no auge da colheita. “A transportadora que pagar mais a gente carrega por ela”, afirma o caminhoneiro Darci Antônio Tessaro.  Francisco Ximenes, que também é motorista, acrescenta que a categoria espera ansiosa para chegar a safra e ganhar mais.

Atualmente faltam caminhoneiros para suprir a demanda do Estado. A estimativa da Associação dos Transportadores de Cargas (ATC) é de que seriam necessários mais 2 mil motoristas. O problema se repete em nível nacional, cujo déficit é de 300 mil trabalhadores no país. 

“A falta de infraestrutura, a questão da jornada de trabalho, que infelizmente ainda não está sendo devidamente fiscalizada, e o alto índice acidentes tem desmotivado muitos profissionais a permanecerem e outros de adentrarem na profissão”, relata o diretor executivo da ATC, Miguel Mendes.

Para ele,  alguns profissionais acabam ficando inibidos de adentrar na cabine de um caminhão devido a tecnologia exigida. “Nós temos buscado parcerias para fazer treinamentos, junto até as próprias fábricas de caminhões que têm nos ajudado. Isso pode amenizar o problema”, afirma.

O proprietário de uma transportadora em Sinop, Valdeci Gazziero, confirma que tem dificuldade de manter rodando os 40 caminhões que possui. "Na região, a falta de mão de obra de motorista é muito grande. Falta qualificação e instrução. Sempre tem de 4 a 5 caminhões parados por causa de falta de motorista".





Fonte: O Documento

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