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Sábado - 29 de Março de 2014 às 08:09

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“Eu me sinto sim um preso político”, declarou o vereador João Emanuel Moreira Lima (PSD) no início da noite de ontem (28) cerca de uma hora depois de deixar o anexo I da Penitenciária Central do Estado (PCE) onde ficou preso preventivamente desde a última quarta-feira (26).

Ele teve o alvará de soltura decretado por meio de decisão liminar em pedido de habeas corpus impetrado por sua defesa. O desembargador da Terceira Câmara Criminal, Gilberto Giraldelli, revogou a prisão destacando que não havia elementos para justificar os argumentos da preventiva, embasada na garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal.

Sua liberdade foi decretada por volta das 14h, mas ele deixou o unidade prisional somente por volta das 17h. No período em que esteve preso, dividiu a cela e a mesma beliche com seu ex-companheiro de partido, o ex-deputado federal Pedro Henry (PP), e realizou as atividades comuns aos demais presos, utilizando o banheiro comunitário, lavando suas próprias roupas e arrumando o local onde ficava.

“Paguei um preço muito caro por ter despontado, me viam como vice-prefeito, o presidente da Câmara de Cuiabá mais jovem da história do Município, com uma Mesa Diretora atuante, de oposição”, destacou o vereador.

João Emanuel ainda questiona as circunstâncias como se deram sua prisão, na manhã de quarta. De acordo com o parlamentar, causou estranheza a decisão da juíza da Vara de Combate ao Crime Organi- zado, Selma Rosane Santos Arruda que decretou sua prisão preventiva, tendo em vista o fato dele ter se apresentado em juízo um dia antes. Apesar disso, ele foi abordado por mais de 30 agentes em uma rua próxima à sua residência e alega que foi levado sem sequer saber o motivo, visto que no mandado de prisão não estava anexada a cópia da decisão. “Fui escrachado publi- camente”, lamentou.

Segundo o parlamentar, a sentença relatada em 31 páginas foi elaborada em apenas 25 minutos, conforme constatou pelo acompanhamento processual.

Sob recomendação de sua defesa, representada pelo advogado Eduardo Mahon, João Emanuel não comentou sobre os fatos envolvendo a denúncia realizada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que aponta gravações telefônicas de supostas negociações ocorridas após a deflagração da Operação Aprendiz.

O vereador relata que durante sua reclusão, não teve acesso às denúncias divulgadas e que somente ontem foi certificada no processo a juntada dos áudios. Ele ainda atribui à sua atuação política, tendo sido o segundo vereador mais votado na história de Cuiabá e em oposição à gestão Munici- pal, a persguição política à qual vem sofrendo. João Emanuel ainda relembra prisões ocorridas em outros anos eleito- rais e afirma que pessoas do próprio Gaeco pretendem ser candidatos.





Fonte: A Gazeta

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