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Cidades/Geral
Sexta - 25 de Abril de 2014 às 08:37

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Entre os anos 2000 e 2013 o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), registrou 284 casos envolvendo tráfico de pessoas. O dado foi divulgado ontem pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Ao todo, 1.758 casos foram registrados no Brasil no mesmo período.

Para a elaboração do “Levantamento sobre o Tráfico de Pessoas”, documentos judiciais e extrajudiciais divulgados pelas unidades do MP nos estados brasileiros foram utilizados como base. Segundo o CNMP, a elaboração do levantamento visa diagnosticar as práticas de tráfico no país, bem como traçar estudos e formas de padronizar ações em uma agenda de combate ao tráfico de seres humanos.

Em âmbito nacional, os três maiores registros constam que 1.348 casos são voltados à condição analógica a de trabalho escravo, seguidos por 127 casos de entrega de filho para pessoas inidôneas e 100 casos de aliciamento para fins de emigração. Porém, o levantamento mostra também que 37 casos são de tráfico interno de pessoas para fins de exploração sexual, tráfico internacional de pessoas representa 23, e tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual 11.

Em Mato Grosso, 254 casos de condições analógicas a de trabalho escravo foram registrados em oito anos, sendo que em 2013 foram 38 registros. Porém, foi o menor número registrado desde 2008, quando o estado registrou apenas 5 caso.

Uma reportagem divulgada em nível nacional apontou que estrangeiros aliciados para trabalhar no Brasil, vão até a Bolívia e entram pelo país por Mato Grosso, só assim começam a ser encaminhados para outras localidades do território brasileiro.

O Diário conversou com o coordenador do Comitê Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, Daniel Almeida de Macedo, que ressaltou os trabalhos de conscientização que estão sendo feitos na sociedade civil. Segundo ele, o número de casos voltados para situação analógica de trabalho escravo no estado é grande devido a principal atividade econômica exercida. “Esse tipo de trabalho atrai pessoas, em sua grande maioria do sexo masculino, pois se trata de um trabalho braçal. Mas quando chegam ao local se deparam com condições desumanas de vivência”, ressalta.

O comitê também trabalha com defesa e repressão das ações, que são identificadas e encaminhadas para as forças policiais. Porém, ele lembra que as vítimas, geralmente, têm receio de denunciar. “As pessoas não querem ser incompreendidas sobre os motivos que as levaram para a tal situação”, revela, destacando a importância da denúncia.

Em 2012, uma pesquisa divulgada pela Secretaria Nacional de Justiça apontou que em Mato Grosso, que faz fronteira com a Bolívia, a incidência do tráfico atinge mulheres, adolescentes e homens, em sua grande maioria, para exploração sexual e do trabalho. Com origem do próprio estado, os traficados são levados para o Pará, Rio Grande do Sul, Paraná, além de Portugal e Espanha. A Polícia Federal foi procurada, mas até o fechamento não retornou os contatos. 





Fonte: Do Diário de cuiabá

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