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Policia MT
Terça - 27 de Maio de 2014 às 12:57

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Edson Rodrigues/Secom-MT
Éder Moraes é réu pelo crime de lavagem de dinheiro
Éder Moraes é réu pelo crime de lavagem de dinheiro

A Justiça Federal aceitou denúncia contra o ex-secretário de estado Éder de Moraes Dias, contra a mulher dele, Laura da Costa Dias, o secretário adjunto do Tesouro estadual, Vivaldo Lopes, e o superintendente do Bic Banco no estado, Luis Carlos Cuzziol, pelo crime de lavagem de dinheiro. O processo corre na Quinta Vara Federal de Mato Grosso, na qual atua o juiz Jeferson Schneider. A ação é desdobramento da operação "Ararath", da Polícia Federal, que investiga um esquema de empréstimos fraudulentos com instituições financeiras que envolve políticos e empresários.

A defesa de Éder Moraes não atendeu as ligações do G1. O advogado de Vivaldo Lopes, Ulisses Rabaneda, disse que o secretário não cometeu nenhum delito e que serão apresentados documentos que comprovam que a movimentação financeira na conta do réu ocorreu de forma lícita. A assessoria de imprensa do Bic Banco informou que não vai se pronunciar sobre o caso e que todas as informações solicitadas pela Justiça já foram enviadas.

Moraes e Cuzziol foram presos durante a deflagração da quinta fase da operação, no dia 20 de maio, mesmo dia em que a denúncia contra eles foi aceita pela Justiça Federal. Cuzziol foi solto na noite de domingo (25), em Cuiabá, mas Moraes continua preso no Centro de Detenção Provisória da Papuda, no Distrito Federal. A casa dele também foi alvo de mandado de busca e apreensão em fase anterior da 'Ararath'.

Em decisão do dia 9 de maio deste ano, que decretou buscas e apreensões em residências, bancos e escritórios de construtoras, o juiz federal Jeferson Schneider afirma que há 'fortes indícios' de que Éder Moraes, no interesse dele e do grupo político do qual fazia parte, 'cometeu em coautoria diversos crimes contra a administração pública estadual', com o objetivo de conseguir recursos públicos para ele e para terceiros ligado ao referido grupo político.

Durante as administrações de Blairo Maggi e Silval Barbosa, Moraes ocupou os cargos de secretário de Fazenda, secretário-chefe da Casa Civil, diretor da MT Fomento (autarquia estadual) e presidente da extinta Agecopa (Agência de Execução dos Projetos da Copa em Mato Grosso).

Empréstimos fraudulentos

Conforme as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, Éder Moraes seria o principal articulador de um esquema de empréstimos fraudulentos que beneficiaria ele, Maggi e Silval. Parte dos empréstimos ocorria por meio das contas da empresa Comercial Amazônia de Petróleo Ltda (Amazônia Petróleo), de propriedade de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, e do Bic Banco (Banco Industrial e Comercial S/A). Esse banco, do qual Moraes chegou a ser superintendente em Mato Grosso, e outras duas instituições bancárias 'sustentavam' o esquema.

Nas seis contas da Amazônia Petróleo no Bic Banco foram movimentados cerca de R$ 65 milhões, entre créditos e débitos. Júnior Mendonça, que também é investigado pela PF e acabou atuando como colaborador premiado, disse à polícia que os empréstimos ocorriam a pedido de Éder Moraes. O empresário alega que foi ainda a mando do ex-secretário que ele transferiu R$ 45,5 mil para a conta da empresa de Laura Dias, mulher de Éder Moraes, em 24 de junho de 2009.

De acordo com as investigações, ficou evidenciado que a conta era manejada por Éder Moraes com Luis Cuzziol, superintendente do Bic Banco em Mato Grosso. Teriam sido abertas contas para vários fins, mas nunca como verdadeiros empréstimos à Amazônia Petróleo.

Conforme depoimento de Junior Mendonça, o esquema começou em 2008, com um empréstimo feito ao então vice-governador do estado, Silval Barbosa, no valor de R$ 4 milhões. A garantia dessa transação era uma nota promissória com esse mesmo valor, onde constavam como emitente e avalista o próprio Silval Barbosa e Éder Moraes.





Fonte: Do G1 MT

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