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Nacional
Quarta - 23 de Julho de 2014 às 18:07

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Amanda Previdelli/G1
Médica-residente apoiou fechamento do pronto-socorro da Santa Casa
Médica-residente apoiou fechamento do pronto-socorro da Santa Casa

A médica-residente Maria Luiza Custódio Fontana, que trabalha na clínica geral da Santa Casa de São Paulo, foi um dos profissionais que deu apoio à decisão da direção de paralisar o atendimento no pronto-socorro a partir de terça-feira (22). No fim da manhã, estudantes chegaram a protestar pela atualização da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e por mais repasse de verbas para o hospital.

"A gente tinha que substituir [medicamento]. Uma pneumonia simples a gente tinha que dar uma medicação para alguém que estivesse internado com uma sepse [infecção] grave porque era o antibiótico que tinha para dar", conta a médica-residente.

No fim da manhã, o secretário estadual de Saúde, David Uip, disse que o governo do estado de São Paulo vai liberar R$ 3 milhões para a abertura imediata do Pronto-Socorro. Em contrapartida, o governo do estado exige uma auditoria nas contas da instituição.

Por falta de materiais, o hospital fechou inicialmente o pronto-socorro. Nesta quarta, suspendeu exames e cirurgias. "Para nós residentes que estamos aqui para aprender isso é ruim, mas está sendo necessário", disse a Maria Luiza.

"A gente não ter o material, o recurso para trabalhar, é muito ruim porque vemos que o paciente precisa e não tem como ajudar", completou.

Segundo ela, falta de tudo para médicos e pacientes: "seringa, antibiótico, lâmina e material para fazer entubação, maca para o paciente deitar, tudo isso vem faltando e mesmo assim a gente tentava [atender]", listou.

O fechamento do pronto-socorro é o ápice de uma crise que se agrava ao longo dos anos e que afeta também outros hospitais filantrópicos pelo país. Em junho, a TV Globo mostrou que cirurgias estavam sendo canceladas por falta de materiais e que a dúvida estimada da Santa Casa era de R$ 400 milhões. A dívida com fornecedores, motivo do fechamento anunciado nesta terça, é de R$ 50 milhões.

"Foi até uma surpresa para gente ter fechado. Foi assim tudo muito súbito, mas já vinha de arrastando essa situação", disse a médica-residente.

O hospital, que é administrado pela Irmandade da Santa Casa, diz que faltam recursos para a aquisição de materiais e medicamentos. De acordo com Kalil Rocha Abdalla, a Irmandade não poupa esforços “para reverter a situação junto às autoridades responsáveis pela saúde pública e voltar a oferecer os serviços de qualidade aos pacientes”.

A Santa Casa é um hospital filantrópico privado, que não cobra dos pacientes. O atendimento é financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e complementado pelo governo do estado.

A Irmandade é referência no atendimento hospitalar no estado e a estimativa é que tenha sido fundada em 1560. A sede na Santa Cecília foi inaugurada em 1884.





Fonte: Do G1

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