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Sábado - 26 de Julho de 2014 às 09:17

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Lenine Martins / Secom-MT
O ex-secretário Eder Moraes seria o operador do esquema investigado pela PF
O ex-secretário Eder Moraes seria o operador do esquema investigado pela PF

Acusada por crimes financeiros, lavagem de dinheiro e fraudes investigadas na operação Ararath, Laura Tereza da Costa Dias, esposa do ex-secretário de estado Éder Moraes (PMDB), teria sido usada pelo marido para a abertura de uma microempresa de fachada com objetivo de realizar transações apontadas como clandestinas pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF).

A alegação é do advogado que defende Laura no processo contra ela na 5ª Vara Federal, Marden Tortorelli. Além de reforçar as declarações feitas por Laura na fase de inquérito, quando ela disse não ter conhecimento dos esquemas nos quais Éder estava envolvido, Tortorelli enfatizou que ela jamais tomou parte na gestão da empresa Laura Tereza da Costa Dias ME nem soube do capital movimentado por meio dela.

De acordo com as investigações, Laura seria “testa-de-ferro” (termo utilizado pela própria PF) do marido por meio da microempresa, que teria recebido de maneira fracionada remessas de dinheiro entre 2009 e 2010 no valor total de R$ 565,5 mil a pedido de Éder Moraes, acusado de atuar como operador político de um complexo esquema de transações financeiras ilegais desde a época do governo de Blairo Maggi (PR).

Os repasses teriam sido feitos pela factoring do empresário Gercio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça; investigado, ele confessou à PF e ao MPF sua atuação como um banco clandestino em favor de Éder e do grupo político ligado ao ex-secretário nos três poderes do estado. Advogado de Laura, Tortorelli alegou que ela é apenas dona-de-casa e não tinha ciência das transações. Ela é ré no processo que tramita na 5ª Vara junto com o marido e com o ex-secretário-adjunto de Fazenda, Vivaldo Lopes, e o superintendente regional do BicBanco em Mato Grosso, Luiz Carlos Cuzziol.

“O marido pediu: 'Abre uma empresa para mim que eu preciso dessa empresa'. Nem na empresa ela nunca foi. Se perguntasse onde era, ela não saberia dizer”, explicou o defensor.

Perguntado se Laura só tomou conhecimento de que era uma espécie de “laranja” de um esquema apenas com a deflagração da operação Ararath, quando Éder foi preso, Tortorelli negou o emprego do termo para designá-la.

“Na verdade, é o seguinte: a gente não trabalha com essa hipótese de 'laranja'. Isso aí já é uma coisa que o Ministério Público está fazendo. A gente apenas sabe que essa empresa era usada para algum fim, entendeu? Mas a gente não sabe se isso era para fazer lavagem de dinheiro ou não. Isso é uma denúncia feita pelo Ministério Público que vai ser apurada. Nós acreditamos na inocência da nossa cliente, que não tinha ciência disso. Ela nem sabia para que a empresa era utilizada, na verdade”, argumentou o advogado, acrescentando que o depoimento de Júnior Mendonça inocentou Laura “totalmente” porque o empresário declarou não conhecê-la, disse que ela não comandava os negócios da microempresa e jamais negociou diretamente com ele qualquer repasse.

Conforme o inquérito do caso, a empresa aberta em 1996 por Laura estaria registrada no mesmo endereço residencial dela com o marido, num condomínio de Cuiabá, e teria como atividadades promoção de eventos, gravação de som e edição de música.

Questionada sobre a empresa, Laura disse à PF que desconhecia o endereço da própria empresa e que não cuidava da contabilidade do empreendimento, atribuição que seria de uma contadora da qual ela se lembrava vagamente.

Quatro testemunhas de defesa de Laura depuseram ao juiz Jeferson Schneider na tarde desta sexta-feira (25) em audiência na 5ª Vara Federal.

As duas testemunhas de defesa restantes devem depor sobre a conduta da esposa de Éder na próxima quinta-feira (31), penúltimo dia de audiências no primeiro processo penal originário das investigações da operação Ararath na Justiça Federal. Até o momento, 13 pessoas foram ouvidas.





Fonte: Do G1 MT

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