Polícia indicia conselheiro cultural e esposa por fraude em projetos em MT Outras 29 pessoas deverão responder pelo desvio de quase R$ 1 milhão. Suspeitos fraudariam projetos nas pastas de Cultura de Cuiabá e de MT.
A Polícia Civil indiciou 31 pessoas, entre elas um conselheiro estadual de Cultura e a mulher, pelos crimes de bando ou quadrilha, peculato desvio, ameaça, crimes contra a fé pública e lavagem de dinheiro. Os indiciados, segundo as investigações, fraudavam projetos nas secretarias de Cultura de Mato Grosso e de Cuiabá, cujos desvios de recursos chegaram a quase R$ 1 milhão desde o ano de 2012.
O conselheiro e a mulher, suspeitos de liderarem o esquema, foram presos no dia 15 de setembro durante a operação Alexandria, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), após cumprimento de prisão temporária, cujo prazo de cinco dias já foi prorrogado. A polícia pediu a prisão preventiva do casal e solicitou pediu ainda a prisão de uma terceira pessoa, cujo nome está em sigilo.
A investigação das fraudes começou em abril. Foram analisados 541 projetos apresentados entre 2012 e 2014, nas secretarias de Cultura do estado (337) e de Cuiabá (204). No total, 49 projetos do estado e oito da capital apresentaram irregularidades.
A maior parte deles era elaborada com o uso de documentos falsos e estava sem a prestação de contas.
De acordo com a polícia, membros do Conselho estadual de Cultura montavam projetos 'frios' a fim de receber e desviar os recursos destinados para custear essas iniciativas, oriundos do Programa de Apoio à Cultura (Proac), da SEC. Os projetos eram assinados por 'laranjas' e, depois do pagamento, o dinheiro era repassado aos líderes da quadrilha, que usavam familiares para "lavar" o dinheiro.
Fraude em família
Conforme as investigações, o conselheiro preso tinha como cúmplice o irmão e a sogra, que é tia de outras duas mulheres que seriam “laranjas” do esquema - essas últimas seriam autoras de dois projetos culturais, no valor de R$ 50 mil cada um.
O conselheiro preso, conforme as investigações, relatou a maioria dos projetos aprovados irregularmente, e foi apontado em 14 interrogatórios como o precursor do esquema. A esposa dele seria a coautora dos crimes de lavagem de dinheiro e ameaça - era ela também que ia às agências bancárias e ajudava na transferências dos recursos públicos.
Outros conselheiros também são suspeitos das fraudes, porque tiveram os nomes vinculados em projetos aprovados, mas esses casos ainda vão ser analisados pela Defaz.
O inquérito policial foi encaminhado para a 14ª Promotoria Criminal Especializada na Defesa da Administração Pública e Ordem Tributária.
Comentários