Repórter News - www.reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sábado - 18 de Outubro de 2014 às 18:46

    Imprimir


A situação em que ocorreu a morte do idoso Martinho José da Silva, 73 anos, dentro do Pronto Socorro de Cuiabá levou o presidente da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Câmara Municipal, vereador Ricardo Saad (PSDB), a protocolar no Ministério Público do Estado (MPE) representação contra o prefeito Mauro Mendes (PSB) e o secretário municipal de saúde Werley Peres.

Denúncias da família apontam que o homem foi até o hospital para fazer exames e morreu vítima de um ferimento na cabeça, que teria sido provocado ao cair da maca. Um paciente que era atendido ao lado da vítima afirma ter presenciado o momento da queda e visto que Martinho bateu a cabeça.

O documento foi protocolado na manhã de ontem, mas até o final da tarde não tinha sido entregue ao promotor Alexandre Guedes, responsável por ações envolvendo saúde na Capital. “Assim que receber a demanda vou entrar com a ação. Já temos outras situações da mesma natureza”.

Para Saad, a morte do idoso é reflexo da prática do PS em usar macas como leitos para acomodar todos os pacientes que chegam à unidade. Ele relata que este não é o primeiro nem o segundo caso de pessoas vítimas de queda por serem atendidas nessa situação. “Teve uma ocasião em que fui ao Pronto-Socorro para verificar uma denúncia de paciente que havia caído da maca e enquanto estava lá, outro caiu, perto de mim”.

No documento, o vereador descreve que o óbito do aposentado ocorreu “devido ao mau atendimento, ao desleixo e negligência dos agentes públicos”. Aponta que as macas do PS não têm qualquer proteção para impedir que o paciente sofra uma queda, diferente dos equipamentos usados em outras unidades de saúde. Para Saad, é complicado colocar o profissional da saúde para atuar nessas condições, pois correm o risco de serem responsabilizados pela falta de condições de trabalho.

Relatório de produtividade do 2º quadrimestre da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) demonstra que entre abril e julho o PS realizou 13.253 atendimentos. Destes, 3.345 (25,23%) são referentes a internações e destas 33,69% são de pacientes de outras localidades. O secretário da SMS, Werley Peres, reconhece a falta de capacidade do Pronto-Socorro para atender toda a demanda e explica que o atendimento em maca é a forma encontrada para não deixar de prestar o serviço de saúde a quem precisa. “Não temos nem mesmo espaço físico para colocar camas onde as macas ficam”.

Sobre a morte do idoso, afirma que aguarda laudo do Instituto Médico Legal (IML) para identificar se houve negligência no atendimento. “Se forem constatadas falhas, vamos abrir processo administrativo para apurar as responsabilidades”.





Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/403107/visualizar/