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Agronegócios
Quinta - 23 de Outubro de 2014 às 07:14

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Os produtores de soja de Mato Grosso acreditam que a antecipação do período do vazio sanitário da oleaginosa, que passará do dia 15 de junho para 1º de maio a partir da próxima safra, não resolve os problemas com a ferrugem asiática no estado. “Vemos com bastante preocupação, uma vez que o grande problema quando se trata de ferrugem asiática é o manejo incorreto de fungicidas”, diz Ricardo Tomczyk, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).

A medida foi divulgada nesta terça-feira (21) pela Instrução Normativa nº 007/2.014 conjunta entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) e o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT).

Para Tomczyk, tratando a questão dos fungicidas com o aumento do vazio sanitário, será atingida uma porção muito pequena da soja, apenas a porção da soja safrinha, que representa menos de 2% do total, os outros 98% acabam ficando sem nenhuma guarida. “Não estão dando uma visão adequada ao percentual. Temos um problema em 100% da área e estamos com essa medida tentando pelo menos resolver em menos de 2%. Na nossa visão, é uma atitude com pouca interlocução com o setor e que realmente não atinge os nossos objetivos”, afirma.

A sugestão da associação é de que o prazo inicial do vazio sanitário da soja seja mantido o mesmo da safra passada, no dia 15 de junho, e que seu final seja alterado para o dia 30 de setembro. “Para que nós possamos reduzir a janela de plantio de soja. É um outro problema, que é o alinhamento do início da colheita da soja, uma vez que as sojas que são colhidas muito antecipadamente acabam proliferando ferrugem para todo o resto da lavoura também”, destaca o presidente.

O coordenador de Defesa Sanitária Vegetal do Indea-MT, Ronaldo Medeiros, explica que a Instrução Normativa foi elaborada atendendo a uma recomendação da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal de Mato Grosso, que é formada representantes de entidades do setor produtivo, de empresas agropecuárias e dos governos federal e estadual.

A comissão havia solicitado em agosto uma normatização de um novo período para o vazio sanitário para controlar o avanço da ferrugem asiática em lavouras de soja no estado, devido à ineficiência de alguns fungicidas. Inicialmente, o prazo pedido pela comissão seria antecipado do dia 15 de junho para o dia 15 de abril e com a mesma data de término, até o dia 15 de setembro.

“Isso nos levou a normatizar que [o período do vazio sanitário] seria de 1º de maio a 15 de setembro. Pensando nisso, o Indea, analisando as várias situações de plantio no estado de Mato Grosso, após uma análise por um longo período, concluiu que deveria ser 1º de maio, principalmente pensando na região do Araguaia onde se planta soja mais tarde”, destaca Medeiros.

Se for encontrada soja nas lavouras durante o período de vazio sanitário, além da destruição imediata das plantas, o produtor é autuado. O valor da multa é de 30 UPFs (Unidade Padrão Fiscal) mais R$ 2 por hectare não eliminado.





Fonte: Do G1 MT

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