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Agronegócios
Quinta - 20 de Novembro de 2014 às 20:09

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Escassez de mão de obra qualificação, produção ainda muito concentrada e necessidade de melhoria da gestão das propriedades são alguns dos desafios que o agronegócio brasileiro tem de superar nos próximos anos para se desenvolver ainda mais a atender a crescente demanda por alimentos em escala global.

Esses gargalos foram alguns dos assuntos abordados professor da Fundação Dom Cabral e ex-presidente da Embrapa, Alberto Duque Portugal, em palestra ministrada nesta quarta-feira (19), na sede da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), em Campo Grande.

Portugal apontou que nos próximos anos, com o aumento do número de habitantes nas cidades dos países em desenvolvimento e ampliação da renda per capta nessas nações, que ocorrerá um crescimento até 2020 de aproximadamente 20% na demanda mundial por alimentos.

Segundo ele, para que o Brasil possa se beneficiar desse aumento de mercado para seus produtos e ao mesmo tempo suprir o mercado interno, o país terá que ampliar em 40% sua produção.

"A estimativa de crescimento anual dos produtores rurais brasileiros é de 3,5%, então o nosso desafio é muito grande. Mas vale ressaltar que somos os mais capacitados para atender este objetivo", destacou.

A produção do setor, segundo informações divulgadas por Portugal, cresceu 220% entre 1990 e 2013, enquanto que a área, em nível bem menos expressivo, subiu 40%. "Este resultado é fruto do crescimento da produtividade que, no período analisado, aumentou 128%, graças ao uso da tecnologia. E não há como deixar de elevar a produtividade porque é ela que faz o produtor se manter competitivo no mercado e ganhar dinheiro".

Este avanço tecnológico destacado pelo especialista também foi enfatizado, na abertura do evento, pelo presidente da Famasul, Eduardo Riedel. "O produtor rural que incorporou tecnologia se tornou competitivo 'dentro da porteira'. O atual desafio é a gestão e a Fundação Dom Cabral tem papel relevante neste processo".

Entre os desafios a serem superados pelo setor para atingir a meta de produção, Portugal citou a escassez de mão de obra e a concentração de produção. "Atualmente, 0,7% dos produtores produzem 52% do valor bruto da produção do Brasil, ou seja, está muito concentrado. A mão de obra está escassa tanto em quantidade como no nível de produtividade".

Para o especialista, o produtor precisa ficar atento à administração da sua propriedade. "Tem que se tratar também a gestão tanto dentro do negócio, como por exemplo, a governança do negócio, a análise de risco, como fora da porteira, como política pública, a participação do produtor", concluiu.





Fonte: Do Agrodebate

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