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Internacional
Sexta - 19 de Dezembro de 2014 às 14:49

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AP Photo/Doug Mills
Barack Obama propôs na quarta-feira (17) o fim do embargo a Cuba
Barack Obama propôs na quarta-feira (17) o fim do embargo a Cuba

O presidente dos EUA, Barack Obama, propôs na quarta-feira (17) o fim do embargo a Cuba. A medida foi elogiada por diversas autoridades mundiais, como as Nações Unidas e o Mercosul.

No entanto, a notícia ainda não pode ser comemorada plenamente, pois a revogação do embargo que já dura 53 anos, assim como os planos para a abertura de uma embaixada americana em Havana nos próximos meses, corre o risco de não sair do papel.

Para ser concretizada, a proposta precisará ter a aprovação do Congresso norte-americano, que, desde novembro deste ano, é composto em maioria pelo Partido Republicano, de oposição.

Logo após o discurso de Obama, o senador pela Flórida Marco Rubio declarou que duvida que o Congresso irá apoiar a medida e que irá se opor veementemente à nomeação de embaixadores e ao financiamento de representações dos EUA em Cuba.

"A Casa Branca cedeu tudo, mas ganhou pouco", disse Rubio, em entrevista coletiva. O senador é um forte candidato à Presidência dos EUA nas eleições de 2016.

— [A medida] faz parte de uma longa série de carícias a ditadores e tiranos por parte dessa administração.

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Rubio disse ainda que Obama está tentando "garantir seu legado às custas do povo cubano".

O presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, também criticou duramente a mudança de política em relação a Cuba e a classificou de "mais uma em uma longa linha de concessões sem sentido" a ditadores brutais.

"É uma concessão estúpida", declarou.

— As relações com o regime dos Castro não devem ser revisitadas nem normalizadas até que o povo cubano desfrute de liberdade, e não um segundo antes.

Histórico

A decisão do presidente dos Estados Unidos de iniciar um diálogo imediato com Cuba para restabelecer os vínculos diplomáticos entre os dois países inaugurou um novo capítulo na tensa relação entre os países.

O anúncio coincidiu com a libertação "por razões humanitárias" do prestador de serviços americano Alan Gross, preso em Havana há cinco anos e que retornou na quarta-feira aos Estados Unidos.

A histórica aproximação chega após seis décadas de tensão e enfrentamentos que tiveram o ápice em 1962 com a "crise dos mísseis".

Os EUA, que logo depois da revolução cubana de 1959 reconheceram, em um primeiro momento, Fidel Castro como o novo líder da ilha, demoraram pouco a reconsiderar essa postura.

A reforma agrária cubana e a nacionalização de indústrias americanas dispararam os alarmes nos Estados Unidos, que decretaram a imposição gradual de restrições comerciais sobre a ilha.

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As tentativas de estrangulamento econômico do regime de Fidel, oficializadas em 1961 com o embargo das relações comerciais e empresariais dos EUA à ilha, foram combinadas a planos para derrubar o líder revolucionário.

O embargo, que durante décadas foi executado por decretos presidenciais, foi reforçado em 1996 com a aprovação da Lei Helms-Burton, mas nem essa nem o resto das estratégias alcançaram o efeito desejado: tirar Fidel Castro do mapa político mundial.

As dificuldades econômicas, fruto do embargo, levaram o regime castrista a estreitar vínculos com a União Soviética, considerada pelos EUA na época, auge da Guerra Fria, como "a grande ameaça vermelha".

Essa aproximação foi ainda mais intensificada a partir de 1961, depois de 1.500 exilados cubanos treinados pela CIA tentarem invadir — sem sucesso — a ilha pela Baía dos Porcos.

A operação fazia parte de uma iniciativa mais ampla que os serviços de inteligência americanos batizaram como "Operação Mongoose" e que pretendia desestabilizar o governo de Fidel.





Fonte: Do R7

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