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Quinta - 29 de Janeiro de 2015 às 14:22

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Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Pela primeira vez em mais de duas décadas, caso seja eleita a atual chapa para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso encabeçada por Guilherme Maluf (PSDB) e Nininho (PT), o Palácio Paiaguás terá saído vitorioso.

Em sendo assim, queiram ou não admitir os críticos e adversários do ‘establishment’, o governador José Pedro Taques (PDT) e o secretário Paulo Taques, da Casa Civil, contribuíram para quebrar a suposta ‘maldição’ de intervenção do Executivo. O governador e o secretário foram os principais artífices no processo que deve levar o deputado Guilherme Maluf (PSDB) à presidência do Poder Legislativo, no próximo domingo, 1 de fevereiro.

Tendo o secretário Paulo Taques, chefe da Casa Civil, como interlocutor permanente dos parlamentares, o governador deu mostras de que sabe conduzir processos aparentemente de difícil solução. E, o que é melhor: sem a prática antiga do “é dando que se recebe”.

A reportagem do Olhar Direto apurou que, ao fim de alguns diálogos com deputados, geralmente muito tensos, Paulo Taques costumava dizer, quase em tom de desabafo, que “a capacidade de luta que há em você, precisa de adversidades para revelar-se”.

Nesta batalha cotidiana, certamente Pedro Taques se lembrava de sua fala ao deixar o Ministério Público Federal, em 2010, para buscar uma cadeira no Senado. Tanto que Taques havia citado Albert Einstein, em sua filiação ao PDT: “A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo”.

A atuação de Pedro e Paulo resultou numa costura que tende a provocar uma autêntica quebra de paradigmas, neste domingo, em se tratando de disputa interna do Poder Legislativo pela Mesa Diretora.

E a conquista de Taques marca época. Basta citar que nem mesmo Dante Martins de Oliveira, no auge de seu poder político, quando conquistou quase de 70% dos votos válidos para o governo de Mato Grosso – até hoje a maior da história, em 1994, conseguiu tal feito.

Em 1 de fevereiro de 1995, a chapa apoiada por Dante, que tinha o então deputado José Lacerda Filho (PMDB) como candidato à Presidência, com Ricarte de Freitas Júnior (PSDB) de primeiro secretário, sucumbiu à fogueira de vaidades e foi derrotada no plenário das deliberações pela oposição: Gilmar Fabris (PFL) para presidente e um certo José Geraldo Riva (PMN, hoje PSD), em primeiro mandato, para a Primeira Secretaria.

Dante ficou tão traumatizado que não se envolveu mais em disputas internas por Mesa Diretora da Assembleia. E, por muitos anos, nas madrugadas de reminiscências, quase sempre regadas a uísque e boa MPB, Dante colocava sua intromissão no Poder Legislativo como um dos principais equívocos políticos de quando foi governador.

A última vez que aconteceu de chapa apoiada pelo chefe do Poder Executivo vencer, na Assembleia, foi em 1992. E para influenciar decisivamente na vitória ao comando do Legislativo, o então governador e atual senador Jaime Campos (DEM) ingressou de cabeça na articulação e conseguiu costurar a chapa com o deputado Humberto Bosaipo (PFL, hoje DEM) para presidente da Assembleia, tendo o deputado Paulo Moura (PPB, hoje PP) na Primeira Secretaria. Antes de ser presidente, Bosaipo era líder do governo Jaime na Assembleia e visto como seu homem de confiança.

Desta forma, a vitória da chapa apoiada por Pedro Taques, caso consolidada, torna-se histórica e emblemática, principalmente porque comprova que não há necessidade de “dar” para “receber”. Independente de quebrar ou não possível ‘maldição’ sobre interferência do governador no Poder Legislativo, comprova que é possível a harmonia entre os poderes sem que haja submissão.





Fonte: Olhar Direto

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