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Economia
Quinta - 29 de Janeiro de 2015 às 17:28

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O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou nesta quinta-feira (29) que o equipamento de uma linha de transmissão no Tocantins que contribuiu para o apagão da semana passada já vinha apresentando problemas desde outubro.

No sábado (24) o G1 revelou que o equipamento, um banco de capacitores em uma subestação localizada em Gurupi, no Tocantins, estava fora de operação desde 14 de dezembro e passava por manutenção depois de apresentar defeito.


“Desde outubro deu problema naquele banco de capacitores. A primeira intercorrência foi em outubro, a segunda foi em dezembro e houve o problema [apagão] no dia 19 de janeiro”, disse Braga a jornalistas.

Com esse aparelho desligado, reduziu-se em 12,2% - de 4.100 MW (megawatts) para 3.600 MW - a capacidade de transmissão de energia do Norte e do Nordeste para o Sudeste do país, que vinha registrando alta na demanda por energia devido ao forte calor e ao aumento do uso de aparelhos de ar condicionado.

Ele disse ainda que vai participar, nesta sexta (30), na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), no Rio, de uma reunião para discutir o relatório que trata do corte de energia.

Corte de energia entenda apagão (Foto: Editoria de Arte/G1)

Explicação
O apagão ocorreu no início da tarde do dia 19 de janeiro e atingiu 11 estados, além do Distrito Federal. Pouco antes, foi registrado recorde de consumo de energia no Sudeste, mas o defeito no equipamento da linha de transmissão impediu que pudesse ser enviada toda a eletricidade necessária para atender a essa demanda.

No mesmo dia 19, tanto o ONS quanto o ministro Eduardo Braga citaram que a restrição no envio de energia do Norte para o Sudeste estava entre as causas do apagão. Entretanto, não informaram que ela se devia a um equipamento desligado para manutenção há mais de um mês, justamente numa época em o país costuma bater recordes de consumo devido ao calor.

Tanto o ministério quanto Furnas, responsável pela linha de transmissão, negaram atraso na conclusão da manutenção. Braga informou nesta quinta que ele voltou a operar na segunda (26).

Questionado se não houve demora na manutenção ou falha no planejamento do setor elétrico, para evitar que a restrição no Tocantins provocasse um apagão, Braga afirmou que não comentaria pois ainda não era ministro quando o equipamento registrou os problemas.

“Eu em dezembro não era ministro de Minas e Energia, não vou avaliar sobre o trabalho de um colega ministro que ficou 7 anos aqui”, disse Braga, se referindo ao antecessor, senador Edison Lobão.

O ministro voltou a afirmar que o acionamento indevido da proteção de usinas geradoras de energia, que provocam o desligamento delas, também contribuiu para o corte de luz. Esses sistemas de proteção são ativados quando há oscilação na rede de energia, que por sua vez acontece quando há desequilíbrio entre oferta e demanda por energia.

Crise energética
Estados como São Paulo e Rio de Janeiro têm registrado calor recorde nas últimas semanas. Com isso, a demanda por energia aumenta devido principalmente ao uso mais intenso de aparelhos de ar condicionado.

Além disso, a região Sudeste enfrenta crise provocada pela falta de chuvas, que vem reduzindo o volume de água nos reservatórios de suas hidrelétricas. Atualmente, essas represas registram armazenamento médio de 17%.

Por conta desses dois fatores, o Sudeste, principal centro consumidor do país, vem dependendo cada vez mais da energia enviada de outras regiões, por meio das linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Depois do apagão, o Brasil passou a importar energia da Argentina para atender a parte da demanda nos momentos de pico de consumo.





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