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Economia
Quinta - 29 de Janeiro de 2015 às 22:34

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conta de luz_JH (Foto: TV Globo)

Atraso em usinas e redes gerou prejuízo de
R$ 10,8 bilhões
(Foto: TV Globo)

Os atrasos em obras de usinas geradoras e de redes de transmissão de energia provocaram prejuízo aos consumidores de R$ 10,8 bilhões apenas nos últimos dois anos, aponta levantamento da Abradee, associação que reúne as distribuidoras do país.

No final da manhã desta quinta-feira (29), o presidente da Abradee, Nelson Leite, esteve reunido com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para tratar desse assunto. De acordo com Leite, Braga se comprometeu a estudar medidas para evitar que a conta por esses atrasos continue a ser repassada aos consumidores.

Os R$ 10,8 bilhões foram gastos com a compra de energia no mercado à vista, onde ela é mais cara, para substituir o insumo que, apesar de ter sido contratado, deixou de ser fornecido no prazo prometido por usinas (hidrelétricas e termelétricas) entre janeiro de 2013 e dezembro de 2014.

Em alguns casos, a energia não é entregue porque a obra da usina atrasou. Em outros, ela está pronta para gerar, mas a rede de transmissão não ficou pronta e, por isso, não é possível levar a eletricidade até os consumidores.

Na visão da Abradee, o custo com a compra da energia substituta deveria ser de quem provocou o atraso na entrega da original, contratada em leilão, e não repassada aos consumidores, via conta de luz.

“Acho que é justo que quem for responsável pelo atraso, quem deu causa a ele, pague a conta”, disse o presidente da Abradee, Nelson Leite, a jornalistas ao final da reunião com o ministro.

Justiça
Entretanto, os grupos responsáveis pelos empreendimentos de geração e transmissão costumam recorrer à Justiça para se livrar dessa fatura, alegando que não tiveram responsabilidade pelos atrasos. Em muitos casos, o descumprimento dos contratos é atribuído a greves de trabalhadores e demora na concessão de autorizações e licenças, em especial as ambientais, que levam a atraso nas obras.

Na lista da Abradee dos empreendimentos que atrasaram e provocaram a conta de R$ 10,8 bilhões estão as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia, termelétricas do grupo Bertin que não vão mais ser construídas, além de redes de transmissão para escoar energia de usinas eólicas na Bahia.

Essa conta ainda não foi repassada às tarifas. O valor relativo a 2013 foi coberto com recursos do Tesouro. Já o de 2014 está sendo pago com os empréstimos bancários feitos pelo governo para socorrer as distribuidoras e que até agora somam R$ 17,8 bilhões, mas devem chegar a R$ 20,3 bilhões.

A previsão é que os empréstimos sejam pagos pelos consumidores, via conta de luz, entre 2015 e 2017. Já o Tesouro pode abrir mão de receber de volta os valores repassados em 2013.





Fonte: Do G1

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