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Saúde
Sexta - 06 de Março de 2015 às 13:31

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Apoio da família é importante no tratamento do Alzheimer
Apoio da família é importante no tratamento do Alzheimer

O administrador Daniel*, 31 anos, e os dois irmãos estão aprendendo a lidar com o diagnóstico de Alzheimer do pai. Há três anos, a mãe de Daniel começou a perceber que os esquecimentos do marido, hoje com 60 anos, estavam se tornando frequentes. Como ele era um executivo e sempre contou com a ajuda da secretária, a família inicialmente associou o quadro com o desligamento do trabalho.

— No começo, meu pai foi diagnosticado com depressão. Quando descobriram o Alzheimer, há três anos, fui o primeiro a saber e não pude contar para ele por orientação médica.

Embora possa soar estranho, a psicóloga Fernanda Gouveia, da ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer), explica que no Brasil é comum a maior parte dos pacientes não saber o diagnóstico, “já que com o tempo ele [o doente] não consegue assimilar a informação, além de favorecer o quadro de depressão”.

Apesar de o estágio do Alzheimer ainda ser considerado leve, o pai de Daniel depende da ajuda da mulher e já não é mais capaz de tomar decisões importantes nem de administrar o próprio dinheiro, conta o filho que assumiu essas funções.

— Minha mãe largou o emprego para cuidar dele. Por enquanto, ele come e toma banho sozinho, checa os e-mails e faz uma ou outra atividade sem ajuda. Ele ainda dirige pequenos trajetos, mas já queremos que ele pare com isso.

Lapsos de memória nem sempre são sinais de Alzheimer

Para Daniel, o principal desafio enfrentado até agora foi revelar à família inteira que o pai está doente.

— Foi difícil, mas o apoio da família é fundamental nesse momento. Além disso, sempre enfatizo que não podemos esquecer de dar atenção e preservar o cuidador, que neste caso é minha mãe. Muitas vezes, quem cuida morre antes do paciente. Ela carrega uma carga muito pesada e não pode ficar sozinha.

Como forma de respeito, os filhos costumam respeitar a decisão da mãe, que só começou a contar para os amigos mais próximos que o marido está com Alzheimer recentemente. Sobre o medo de também ser vítima da doença no futuro, Daniel é enfático.

— Não vou ter nenhum benefício de saber isso agora, então prefiro não saber. Sei que a chance é enorme, mas não há luz no fim do túnel.

Segundo o neurologista Rodrigo Schultz, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o exame genético para saber se uma pessoa vai ter Alzheimer no futuro é opcional.

— Não costumamos aconselhar a realização do teste. Tendo ou não casos de Alzheimer na família, a recomendação médica é levar uma vida saudável para retardar o início da doença.

Schultz cita como hábitos para driblar o Alzheimer o controle do colesterol e do diabetes, o abandono do cigarro, a prática regular de atividade física, a adoção de uma vida social ativa e a introdução de atividades cognitivas no dia a dia, como jogar baralho e xadrez, ir ao cinema, ler e fazer palavra cruzada.

— O importante é diversificar as atividades mentais e também manter uma alimentação balanceada.

*Daniel preferiu preservar a identidade da família já que o pai não sabe do diagnóstico de Alzheimer





Fonte: Do R7

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