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Sexta - 06 de Março de 2015 às 14:33

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José Luiz Medeiros / Gcom-MT
Pedro Taques com governadores, em Goiânia: defesa da cobrança do recebimento dos recursos arrecadados com a Cide, que incide sobre os combustíveis
Pedro Taques com governadores, em Goiânia: defesa da cobrança do recebimento dos recursos arrecadados com a Cide, que incide sobre os combustíveis

A dureza das intervenções do governador José Pedro Taques (PDT) durante a reunião com colegas do PSDB para debater a matriz energética, com ênfase para setor sucroenergético, não passou despercebida perante os demais governadores, durante reunião no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia (GO), tampouco para a Executiva Nacional do PDT, sempre cobrada pelo Palácio do Planalto.

Único do partido de Leonel Brizola em meio a quatro tucanos de alta plumagem, ele roubou a cena por fazer as mais duras cobranças ao governo Dilma Rousseff e, invariavelmente, sempre com recheio de finas ironias. “Sem dúvida, o governador Pedro Taques conseguiu dar o tom do debate. É importante que haja essa sintonia”, observou Marconi Perillo, via assessoria, para a reportagem do Olhar Direto.

Pedro Taques lamentou o vai-e-vem das práticas governamentais, no que tange aos combustíveis. “Essa segurança passa pela definição da matriz energética, a não mudança disso de acordo com a sazonalidade política. Ninguém investe sem que exista essa segurança”, criticou ele.

“Precisamos de programas mais perenes para que esse setor possa ter capacidade de investimento. Que não possam mudar as regras do jogo durante o jogo. Isso não é bom para nenhum dos segmentos”, observou o governador.

Mato Grosso é um dos principais prejudicados com o formato, segundo Taques, porque o setor do etanol gera 17 mil empregos diretos e 60 mil indiretamente. E indefinição traz prejuízos.

“Em um determinado momento, o governo central abandonou o etanol em homenagem a um sonho chamado Pré-Sal. Mudou totalmente e quem iria investir em uma situação como esta? Quem sabe agora, depois da porta arrombada, no momento do adágio, nós colocamos tranca”, avaliou Taques.

Antes mesmo da quinta-feira (5) terminar, após ler o que estava publicado em portais noticiosos da web e receber informações de pessoas de sua confiança, o ministro Pepe Vargas, das Relações Institucionais, havia chamado a atenção do presidente nacional do PDT, ex-ministro Carlos Luppi. Vargas lembrou do compromisso do PDT com Dilma Rousseff e a governabilidade, e o puxão de orelhas surtiu efeito horas depois.

Entrincheirada no Ministério do Trabalho desde o governo Lula (2003-10), a cúpula do PDT tem calafrios cada vez que Pedro Taques desfere ataques contra o governo Dilma. Incumbido de conversar com Taques para “acalmar os ânimos”, o ministro Manoel Dias, do Trabalho, declinou da missão.

Desde o início da noite de ontem, Carlos Luppi teria buscado aliança com pelo menos três parlamentares para estreitar diálogo com Pedro Taques, de forma a fazer com que siga a orientação do partido. A má notícia para o Palácio do Planalto é que Luppi perdeu praticamente todos os embates públicos que teve com Taques, inclusive o que culminou com sua demissão do Ministério do Trabalho, em fins de 2011.

Na época, Luppi desejava que a bancada do PDT saísse em sua defesa e, ao invés disso, Taques atacou-o e cobrou investigação nas denúncias de suposto beneficiamento do partido, em contratos suspeitos.

Sondados há tempos para ‘repatriar’ o governador de Mato Grosso para a disciplina partidária, nomes conceituados, como o líder do PDT na Câmara, o baiano Félix Mendonça Júnior, e o alagoano Ronaldo Lessa, um dos mais experientes, não aceitaram.

Pedro Taques participou de uma reunião com governadores de quatro dos sete maiores estados produtores de etanol do país, em Goiânia, e liderou a assinatura de uma carta com as principais reivindicações para a presidenta Dilma Rousseff.

Ainda no encontro, Taques também defendeu a cobrança do recebimento dos recursos arrecadados com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que incide sobre os combustíveis. Do total de 29% da arrecadação que não são repassados pelo Governo Federal aos estados, 25% deveriam ser remetidos às cidades de acordo com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Atualmente, no Brasil, 84 empresas do segmento sucroenergético estão em recuperação judicial e 60 estão fechadas.  





Fonte: Olhar Direto

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