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Nacional
Sábado - 18 de Abril de 2015 às 00:08

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Moradores de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, protestaram na noite desta sexta-feira (17) por melhorias na favela. Eles reivindicações obras de infraestrutura urbana, principalmente perto do córrego que corta a comunidade, e criticam o atraso na entrega do monotrilho.

Segundo a organização, 300 pessoas participaram do ato, realizado na Avenida Giovanni Gronchi, a poucas quadras da comunidade. O grupo não fechou a via e manteve-se na calçada, com apitos e faixas. “Nosso objetivo era comunicar aos trabalhadores que passam pelo Morumbi e aos moradores sobre nossa causa”, disse o presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, Gilson Rodrigues.

A maioria cobrava a canalização do Córrego do Antonico, que corre a céu aberto pela favela e recebe esgoto de casas que não têm saneamento. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2011 afirma que apenas 68,4% das residências de favelas em São Paulo têm esgoto tratado (contra 94,7% dos domicílios em áreas regulares).

A dona de casa Marinez da Silva, de 57 anos, disse ter ficado doente após ir morar perto do curso d’água. “Tive pneumonia, asma, pressão alta.” A faxineira Marilene da Silva, de 50 anos, também reclama do perigo de se viver perto do córrego. “Quando chove alaga tudo. Já perdi sofá, cama, guarda-roupa. Quando a gente está em casa, consegue salvar as coisas. Quando está fora fica difícil.”

Além de perder a maioria dos pertences, a diarista Quitéria Maria da Silva, de 51 anos, viu a casa onde morava desabar após uma forte chuva no ano passado. “Agora estou morando de aluguel.” Procurada a respeito das residências populares e da situação dos moradores, a Secretaria Municipal da Habitação não havia respondido até a publicação desta reportagem.

Monotrilho
Outro tema do protesto, o atraso nas obras da Linha 17-Ouro do Metrô, o monotrilho, foi criticado durante o ato. Previsto inicialmente para 2014, antes da Copa, a nova linha só deverá ter seu primeiro trecho (entre o aeroporto de Congonhas e a Marginal Pinheiros) concluído em 2017. A segunda fase, entre a marginal e o estádio do Morumbi, passando pela favela, ainda não teve data prevista divulgada.

Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, a principal causa do atraso da obra é a construção de um pátio de manobras. “Hoje a questão mais complexa é o pátio que estamos fazendo em cima do piscinão. Vai muito bem. Temos mais de 400, 500 funcionários trabalhando ali. Essa é a obra um pouco mais complexa para que possamos entregar nessa data a obra funcionando para a população”, disse, no fim de março.

A região carece de mais transporte público. Segundo a pesquisa do IBGE de 2011, a favela tinha, à época, 42,8 mil moradores em mais de 13 mil domicílios ocupados. O número é bem superior, segundo a União dos Moradores, chegando a 100 mil atualmente.

“A obra é muito importante para a comunidade. Queremos que avancem logo”, disse o técnico de segurança do trabalho Gervasio Lopes de Sousa, de 48 anos, que há 18 vive na favela. Ele afirma que os moradores precisam cada vez mais de novas opções de transporte além dos ônibus.

Marinez da Silva acredita ter ficado doente por causa de córrego que corta Paraisópolis (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)Marinez da Silva acredita ter ficado doente por causa de córrego que corta Paraisópolis (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)

Quitéria viu seu baraco desmoronar no ano passado (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)Quitéria viu seu baraco desmoronar no ano passado (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)





Fonte: Do G1 São Paulo

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