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Nacional
Segunda - 25 de Maio de 2015 às 14:39

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O estado de saúde do alemão Markus Muller, de 57 anos, ainda é muito grave. Uma semana depois da explosão que destruiu o seu apartamento e outras unidades no Edifício Canoas, em São Conrado, ele permanece internado no Hospital municipal Pedro II, em Santa Cruz. Muller, que tem queimaduras em 50% do corpo, respira com a ajuda de aparelhos no CTI do Centro de Tratamento de Queimados. O seu rosto está todo enfaixado.


A explosão ocorreu no fim da madrugada do dia 18. As investigações da polícia apontam como provável causa o acúmulo de gás no apartamento 1001, onde morava o alemão. O impacto causou danos em 72 apartamentos do Edifício Canoas.

Policiais da 15ª DP (Gávea) recolheram neste domingo no apartamento de Muller uma pastilha de nicotina, produto normalmente usado por fumantes para inibir a vontade de fumar. Um perito ouvido pelo GLOBO não descarta a possibilidade de o alemão ter provocado acidentalmente a explosão ao acender um cigarro.

Na visita, os agentes buscavam algum indício para esclarecer o caso. Até uma garrafa de uísque vazia foi localizada. Em depoimento, o afilhado de Muller, Felipe Barbosa da Silva, de 14 anos, disse que o alemão havia parado de beber.

CORTES POR ESTILHAÇOS

Ao receber o primeiro atendimento no Hospital Miguel Couto, na Gávea, logo após a explosão, o alemão disse aos médicos que havia sido atacado por um assaltante, torturado e obrigado a ingerir uma bebida vermelha.

O “Fantástico”, da TV Globo, ouviu o perito Mauro Ricart, a psiquiatra Fatima Vasconcellos e o médico legista Nelson Massini sobre o caso. Eles afirmaram que as marcas de cortes encontradas no corpo do alemão podem ter sido causadas por estilhaços de vidro da janela do escritório. Eles acreditam que o gás tenha se acumulado entre o forro de gesso e a laje. Por isso, o impacto foi tão grande. Segundo eles, a versão da bebida vermelha é fantasiosa.
Imagens do circuito interno do prédio mostram que Muller havia chegado sozinho ao apartamento e que não recebeu visita no domingo, véspera do acidente.

Segundo um porteiro, que não quis se identificar, apenas o afilhado de Muller havia estado no prédio, na manhã do dia anterior à explosão. O jovem, porém, não chegou a subir, porque o alemão não havia retornado.

ORAÇÕES POR MULLER

Os pedidos pela melhora do estado de saúde de Markus Muller marcaram ontem a missa de ação de graças realizada na Paróquia São Conrado, que reuniu as vítimas da explosão no Edifício Canoas.

— Não é todos os dias que acontecem coisas tão impressionantes. Vocês, vítimas dessa tragédia, são testemunhas de um milagre, porque estão vivos — disse padre Marcos, que durante a celebração pediu que o público se voltasse para a direção do prédio e rezasse.

Após a missa, o síndico do condomínio, Jorge Alexandre de Oliveira, informou que ainda não há previsão para o retorno definitivo dos moradores ao condomínio.

— O padre disse palavras sábias. Se estamos aqui, foi por um verdadeiro sopro de Deus — afirmou.

Para a moradora Aldair Mantovaneli, a violência da explosão poderia ter provocado mais feridos em estado grave.

— É uma felicidade muito grande nos encontrarmos aqui, hoje, vivos, dado aquele estrago colossal. Me sinto renascida. Temos que comemorar e viver tudo que temos direito agora — afirmou.

A comerciante Renata Mesquita, moradora do 7º andar, estava muito emocionada durante a missa. No dia da explosão, ela teve que deixar o prédio às pressas, usando apenas um roupão.

— Num primeiro momento, a gente fica meio sem saber para onde ir. Estamos hospedados na casa da minha mãe. Já voltei aqui umas três vezes para buscar nossos pertences, mas não podemos ficar muito tempo — contou.





Fonte: O Globo

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