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Carros & Motos
Segunda - 29 de Junho de 2015 às 11:43

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Quem compra um carro blindado pensa que está protegido, que um ladrão pode atirar e a bala não vai passar. Mas uma fraude está colocando em risco a vida de muita gente que conta com a eficiência da blindagem.


Tem empresa que está sendo acusada de pagar propina a oficiais do alto escalão do Exército para receber autorização para vender vidros blindados, e até capacetes militares, que simplesmente não cumprem o que prometem. Se alguém atirar, a bala vai passar.

Por dois meses, os repórteres Maurício Ferraz e Diego Zanchetta investigaram essa grave denúncia de corrupção.

Quando o trânsito fica parado, muito motorista faz o seguinte: olha para um lado, olha para o outro e fica atento no retrovisor. O medo é que apareça algum ladrão.

Na capital paulista, a média é a seguinte: cinco carros são roubados por hora. Uma coisa passa pela cabeça: e se o bandido resolve dar um tiro?

Blindar o carro para se proteger. É isso o que muitos empresários, artistas, autoridades e profissionais de vários tipos fazem em todo o país.

Acham que estão seguros, mas pode não ser bem assim. O Fantástico revela que oficiais do Exército são suspeitos de receber propina para liberar a venda de vidros que não cumprem o prometido, não protegem como deveriam.

“Uma verdadeira fraude contra o consumidor que estava se operando”, diz o procurador da Justiça Militar Cláudio Martins.

Explosivos, armas, carros blindados. Quem fiscaliza esse tipo de produto controlado é o Exército. Tem que fazer todos os testes e só liberar para a fabricação e venda se estiver tudo correto.

Deveria ser sempre assim. Mas Laudenir Bracciali, presidente da Abrablin, a Associação Brasileira das Empresas Blindadoras, conta que ele próprio já teve que pagar propina a um militar.

Laudenir Bracciali: Eu tinha os documentos lá para serem liberados. Esses documentos estavam demorando muito. Eu comecei a cobrar insistentemente. Até que um dia, me fizeram uma proposta: 'Olha, nós podemos facilitar se tiver um pagamento'.
Fantástico: Quanto que cobraram?
Laudenir Bracciali: A pedida era entre R$ 500 e R$ 1500.
Fantástico: Por documento?
Laudenir Bracciali: Por documento. E eu paguei R$ 500 por esse documento.

Segundo o empresário, não havia nenhum problema com a blindagem dele e a propina, paga em 2013, foi só para acelerar a burocracia.

Ele procurou o Ministério Público e denunciou.

Fantástico: Para quem o senhor depositou?
Laudenir Bracciali: O subtenente Jorge, na época.
Fantástico: Na conta dele?
Laudenir Bracciali: Na conta dele.

Este mês, José Jorge dos Santos Filho subiu de patente e agora é primeiro-tenente do Exército. Nos últimos 14 anos, ele trabalhou na Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados, em Brasília.

A denúncia do presidente da Associação das Blindadoras contra o tenente Jorge se somou a várias outras, contra mais militares. Foram tantas, que a Procuradoria de Justiça Militar abriu um inquérito para apurar esses crimes. Só o tenente Jorge teria recebido mais de R$ 500 mil em propina, entre 2011 e 2014.

Clique AQUI para conferir a reportagem do Fantástico.





Fonte: DO FANTÁSTICO

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