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Nacional
Segunda - 29 de Junho de 2015 às 14:00

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Os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva, em entrevista coletiva neste sábado, informaram que, diante do vazamento de informações seletivas de depoimentos prestados à Operação Lava Jato, os prejudicados pedirão acesso às acusações que hoje se encontram em segredo de Justiça.


Ministros da Justiça José Eduardo Cardozo e da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva, disseram, em entrevista coletiva, que os prejudicados por vazamento de informações pedirão acesso às acusações

Ministros da Justiça José Eduardo Cardozo e da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva, disseram, em entrevista coletiva, que os prejudicados por vazamento de informações pedirão acesso às acusações

“Há o vazamento seletivo de uma delação premiada, portanto é algo que precisa ser provado. Não sou jurista, mas o ministro Cardozo que me corrija, acredito que ainda vale a máxima de que quem acusa tem a obrigação da prova”, disse o ministro Edinho Silva, que também reafirmou que as doações feitas pela empresa UTC para a campanha da presidente Dilma Rousseff são legais e devidamente declaradas à Justiça Eleitoral.

Cardozo informou que esta será a prática, daqui para frente de todos que se sentirem prejudicados no governo, conforme combinado nesta manhã em reunião dos dois ministros, além do chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada.

"O governo pediu no passado e a Justiça entendeu que não concederia. A partir de agora, toda pessoa que se sentir prejudica irá pedir”, disse o ministro da Justiça.

Edinho Silva negou que o ministro da Casa Civil tenha cancelado sua viagem aos Estados Unidos devido ao vazamento de parte do depoimento do empresárioRicardo Pessoa, da UTC, que aponta a doação de recursos para a campanha de Mercadante, em 2010, ao governo de São Paulo.

“Nunca esteve certo que Mercadante iria”, disse o ministro. “É natural que ele tem ficado para que, com o vice-presidente Michel Temer, conduza a parte mais administrativa”, justificou Edinho.

O ministro ainda relatou que seus encontros com Ricardo Pessoa ocorreram como qualquer encontro de um tesoureiro de campanha com um empresário e que não havia motivos, durante a campanha para que ele rejeitasse a doação. “A UTC é uma empresa que tem história de prestação de serviços não só ao governo federal”, ponderou. “Agi dentro da legalidade, estritamente dentro da legalidade”, enfatizou.

“Não tinha porque colocar sob suspeita apenas o que é doação para campanha da presidente sendo que outras doações ocorreram”, disse Edinho tomar medidas judiciais em relação aos vazamentos que o atingiram. “Tomarei as medidas judiciais em defesa da minha honra, já que a delação não expressa a verdade dos fatos”, disse o ministro.

O depoimento prestado pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, aos procuradores da operação Lava Jato preocupam o governo, que alega que todas as doações recebidas da empresa são legais e foram declaradas à Justiça Eleitoral. A publicação do depoimento pela revista Veja motivou a reunião de ministro, neste sábado, com a presidente, no Alvorada, antes da presidente embarcar para a visita que fará aos Estados Unidos a partir de segunda-feira.

Pessoa é apontado como o chefe do cartel que operava na Petrobras. Seu acordo de delação premiada foi homologado na última quinta-feira (25) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga os suspeitos com foro privilegiado citados nas investigações.

O empresário disse aos procuradores que doou R$ 7,5 milhões à campanha à reeleição de Dilma no ano passado. A doação foi feita de forma legal, no entanto, a polícia investiga se houve alguma vinculação de negócios da empresa com a Petrobras como motivo do depósito. Pessoa informou que tratou da contribuição diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva.

Além disso, de acordo com reportagens da revista Veja, o empresário também revelou repasses R$ 15 milhões para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e R$ 750 mil ao ex-deputado federal José de Fillipi (PT-SP), tesoureiro da campanha de Dilma em 2010 e hoje é secretário da administração do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).

Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", Pessoa indicou aos procuradores que os repasses para Vaccari e Fillipi foram feitos de maneira ilegal, e não por meio de doações oficiais. Em nota, a assessoria de imprensa do PT afirmou que "todas as doações recebidas pelo partido aconteceram estritamente dentro da legislação vigente e foram posteriormente declaradas à Justiça".

Na sexta, o jornal Folha de S.Paulo informou que Pessoa também detalhou em um de seus depoimentos a maneira como foi negociada uma contribuição feita à campanha do petista Aloizio Mercadante ao governo do Estado de São Paulo, em 2010. Segundo a prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, Mercadante recebeu uma doação de R$ 250 mil da UTC em 2010.

Leia também: Justiça recebe pedido de habeas corpus para evitar prisão de Lula na Lava Jato

O depoimento de Pessoa está em segredo de Justiça, assim como todo processo da Lava Jato. No entanto, de acordo com informações vazadas para a imprensa, mm seu depoimento, o empresário teria citado 18 políticos como beneficiários do esquema instalado na Petrobras.

Entre os favorecimentos estariam as campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2006; a campanha do prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) em 2012; o tesoureiro da campanha da presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2010, José Di Fillipi; a campanha de Dilma em 2014, bem como seu tesoureiro, o atual ministro Edinho Silva; o ministro Aloizio Mercadante; o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso na Lava Jato; e o ex-ministro José Dirceu (PT).

Também foram citados o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), um dos principais líderes da oposição atualmente e vice na chapa presidencial de Aécio Neves (PSDB-MG), segundo colocado nas eleições presidenciais de 2014.

Estariam na nova delação, também, os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA), Gim Argello (PTB-DF), Ciro Nogueira (PP-PI) e Benedito de Lira (PP-AL), os deputados Arthur Lira (PP-AL), Júlio Delgado (PSB-PE) e Eduardo da Fonte (PP-PE) e o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado.





Fonte: IG

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