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Nacional
Sexta - 03 de Julho de 2015 às 07:41

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Há exatamente um ano, enquanto as atenções de Belo Horizonte estavam voltadas para as partidas da Copa do Mundo no Mineirão, um estrondo perto do estádio provocou um rastro de poeira, aço retorcido e concreto esfarelado. O impensável aconteceu: o viaduto Batalha dos Guararapes, que nem havia sido inaugurado, desabou sobre veículos e provocou a morte de duas pessoas e ferimentos em outras 23

Perícias comprovaram que o viaduto ruiu por erros de cálculo, de execução e na fiscalização do projeto. Como recebeu menos aço que o previsto, a estrutura da alça sul não suportou o peso. A Polícia Civil indiciou 19 pessoas pelas mortes e pelo desabamento, mas a Justiça acatou pedido do Ministério Público e decidiu que nenhum dos envolvidos vai responder por homicídio. Sem júri popular, não haverá culpados para as mortes

Entre os indiciados está o ex-secretário de Obras e Infraestrutura Lauro Gomes Nogueira Terror (foto), que culpa a Consol, empresa projetista, pelos problemas. Para a Polícia Civil, a prefeitura não fiscalizou adequadamente as obras, não refez os cálculos nem parou a obra quando funcionários alertaram para possíveis erros. Além de Terror, a Sudecap teve outros sete indiciados

Oito funcionários da empreiteira Cowan respondem ao processo, incluindo o diretor José Paulo Toller Motta (foto). A empreiteira diz que não era de sua responsabilidade refazer os cálculos da Consol. A empresa projetista, que teve três indiciados, rebate dizendo que o projeto não foi executado como previsto e que a Cowan usou concreto fora do prazo de validade

Com a desclassificação do crime de homicídio, os parentes das vítimas se revoltaram. Para a mãe da motorista Hanna Cristina dos Santos, que dirigia o ônibus suplementar atingido pelo viaduto, enquanto o tempo passa a angústia aumenta.

— O descaso é muito grande. Como se não fosse ser humano. É muito triste ver a forma como eles estão sendo julgados, que não vai dar em nada

Os moradores de um condomínio que fica em frente aos destroços do viaduto reclamam da falta de apoio da prefeitura e das construtoras. Ana Cristina Drumond, representante da associação de moradores, também mostra insatisfação com a decisão da Justiça.

— Essa decisão deixa todo mundo muito mais triste, muito mais desesperado porque a gente vê que o problema da Justiça no Brasil é cada vez mais complexo. Eles [os moradores] também não foram ressarcidos dos seus danos materiais, não foram ressarcidos de nada e estão se sentindo muito sozinhos nessa batalha





Fonte: DO R7

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