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Nacional
Terça - 28 de Julho de 2015 às 16:25

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A 16ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) na madrugada desta terça-feira (28) em Brasília, Rio de Janeiro, Niterói (RJ), São Paulo e Barueri (SP). São cumpridos dois mandados de prisão temporária, além de 23 mandados de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. A operação foi batizada de "Radioatividade".


Um dos presos é o diretor-presidente licenciado da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, Othon Luiz Pinheiro da Silva, que foi detido noRio de Janeiro. Ele foi afastado em abril deste ano.

A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão levados para a Superintendência da PF em Curitiba.

O foco das investigações desta fase, segundo a PF, são contratos firmados por empresas já mencionadas na Operação Lava Jato com aEletronuclear, cujo controle acionário é da União. A empresa foi criada em 1997 para operar e construir usinas termonucleares e responde hoje pela geração de cerca de 3% da energia elétrica consumida no país.

Ainda de acordo com a PF, a formação de cartel, o prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3 e o pagamento indevido de vantagens financeiras a empregados da estatal são os objetos de apuração da atual fase.

Angra 3 será a terceira usina nuclear do país e está em construção na praia de Itaorna, emAngra dos Reis(RJ). Ela terá potência de 1.405 megawatts (MW) e gerará energia suficiente para abastecerBrasíliae Belo Horizonte por um ano.

Delações

Em abril deste ano,o ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, afirmou em depoimento de delação premiada que houve "promessa" de pagamento de propinaao PMDB e a dirigentes da Eletronuclear nas obras da usina nuclear Angra 3. As informações foram obtidas peloJornal Nacional.

Avancini deixou a prisão em 30 de março para cumprir prisão domiciliar, após firmar acordo de delação premiada com a Justiça, homologado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato na primeira instância.

Segundo Avancini, a Camargo Corrêa foi informada em agosto de 2014 de que havia "compromissos" de pagamento de propina equivalente a 1% dos contratos das obras da usina ao PMDB e aos diretores da Eletronuclear. Somados, os contratos de Angra 3 chegam a R$ 3 bilhões, de acordo com o executivo. À época, o PMDB negou as acusações de recebimento de propina.

15ª fase

A 15ª etapa da operação foi batizada de Conexão Mônaco e prendeu ex-diretor da área Internacional daPetrobrasJorge Luiz Zelada. Ele está detido na carceragem da Superintendência da PF, em Curitiba. Quatro mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.

A fase teve como foco o recebimento de vantagens ilícitas na diretoria da Petrobras. De acordo com a PF e o Ministério Público Federal (MPF), Zelada fez transferências bancárias para a China e para Mônaco. Foram € 11 milhões para Mônaco e outro US$ 1 milhão para a China.O dinheiro em Mônaco já estava bloqueadodesde março deste ano.

O ex-diretor é suspeito de envolvimento no esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras. Segundo o MPF, ele atuou no esquema desde quando atuava na gerência da empresa, quando na diretoria da área internacional.

Zelada foi sucessor de Nestor Cerveró –já condenado a cinco anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro– no cargo e atuou entre 2008 e 2012 na estatal.





Fonte: G1

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