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Economia
Terça - 04 de Agosto de 2015 às 14:41

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A presidente Dilma Rousseff participou nesta terça-feira (4) de evento comemorativo aos dois anos do Mais Médicos e, em discurso, agradeceu a participação dos profissionais cubanos no programa. O evento ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília.

Quando o programa foi lançado, em 2013, gerou polêmica a possibilidade de o governo contratar profissionais estrangeiros. Em especial, houve críticas de setores representativos dos médicos à contratação de cubanos. Os profissionais de Cuba são contratados por meio de convênio com a Opas e recebem do governo do seu país um salário menor que outros profissionais do Mais Médicos.

"Os médicos que vêm de fora, dos outros países, participam de forma solidária conosco. Tenho obrigação de me referir a um país. Tenho obrigação de me referir à participação de médicos cubanos, que deram mostra, junto com o governo cubano, de solidariedade, profissionalismo, atendimento absolutamente humanizado. E quero agradecê-los e dizer que vocês [médicos cubanos] estreitaram as relações entre o Brasil e Cuba. Vocês são responsáveis por uma relação que hoje não está concentrada, está distribuída por todo o território nacional", disse Dilma.

A presidente defendeu a participação de estrangeiros no programa. Ela disse, no entanto, que a adesão dos brasileiros têm sido crescente.

"Continuamos defendendo médicos formados no exterior para garantir o atendimento. No entanto, o engajamento dos médicos brasileiros vem sendo crescente. Na seleção que fizemos este ano, todas as vagas foram preenchidas por brasileiros. Isso é algo a comemorar, porque mostra efeito extremamente positivo do Mais Médicos", disse a presidente.

No evento, Dilma afirmou ainda que recebeu muitos conselhos para interromper o programa. Segundo ela, esses conselhos diziam que o governo "ficaria mal" com os médicos. Para a presidente, essa afirmação lhe soava "estranha".

"Como poderíamos ficar mal com os médicos se estávamos lançando um programa chamado Mais Médicos? Acredito que havia um desconhecimento básico do sentido do programa. Ao mesmo tempo em que críticas eram um tanto quanto extremadas, eu tenho de destacar que por parte dos prefeitos, dos setores, houve também elogios com muita intensidade", afirmou a presidente.

Balanço
Em seu discurso, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que houve aumento do número de consultas e redução da necessidade de internações, desde que o programa Mais Médicos foi implementado. “O programa não foi criado só para aumentar o número de médicos, mas para garantir qualidade e humanização do atendimento”, afirmou.

O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, também destacou a importância da humanização do atendimento. “O médico precisa se transformar em um especialista em gente”, afirmou Janine, citando o cardiologista e ex-ministro da Saúde Adib Jatene.
Janine lembrou, ainda, que as áreas mais desenvolvidas do país estão nas capitais e no litoral e destacou a importância de levar médicos e educação ao interior do Brasil. “Raros são os estados que têm o interior desenvolvido. Raros são os estados afastados do Oceano Atlântico que têm desenvolvimento avançado”, disse.

O governo federal divulgou que, em dois anos de funcionamento, o programa levou 18.240 médicos a 4.058 municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), beneficiando cerca de 63 milhões de pessoas.

Até 2017, a intenção do governo é criar 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil vagas de residência médica para formação de especialistas com foco em áreas prioritárias para o SUS.

Bolsas de residência médica
O governo ainda anunciou no evento a criação de mais 3 mil bolsas de residência médica no país. Segundo o Ministério da Saúde, 75% dessas vagas são para ampliar a formação de médicos especialistas em medicina geral de família e comunidade.

Além disso, de acordo com a pasta, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão prioridade na oferta dessas bolsas “para corrigir o déficit histórico de profissionais nessas regiões”, segundo o Ministério da Saúde. A oferta de vagas faz parte do programa Mais Médicos, que também é voltado para o aumento e melhoria da formação médica.





Fonte: Do G1

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