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Quinta - 03 de Setembro de 2015 às 09:49

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Esta é uma matéria para avaliar seu relacionamento com seu melhor amigo — e, não, não estamos falando do seu cachorro. O órgão sexual masculino, esta parte tão importante do corpo usada para necessidades básicas e também para o prazer e para a reprodução deveria receber tratamento de rei, não? Mas, infelizmente, não é isso que acontece com a maioria da população masculina.


Enquanto mulheres visitam seus ginecologistas ao menos uma vez ao ano, os homens só procuram um médico na hora de apagar um incêndio, quando alguma dor ou doença aparecem. Para mudar a visão sobre a saúde dos rapazes, da infância à maturidade, Paulo Egydio, doutor em urologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), escreveu um livro dando dicas e orientações a respeito do pênis, oComo Cuidar do seu Melhor Amigo.

Em entrevista aoR7, ele derruba mitos comuns, e fala de assuntos como tamanho, camisinha e masturbação

Afinal, tamanho é documento? Para o urologista, não deveria ser. De acordo com estudos médicos, a média de profundidade da vagina é de 9 a 12 cm, sendo que sua parte mais sensível fica nos primeiros 3 cm. Com isso, apenas o primeiro terço precisa ser estimulado pelo pênis. Além disso, um órgão muito grande “bate” no colo do útero da mulher, causando cólicas iguais às da menstruação, o que gera desconforto durante a relação sexual

O urologista explica que a fixação pelo tamanho está presente no imaginário masculino desde a infância, o que pode complicar algo que deveria ser apenas fonte de prazer e felicidade.

Muitas vezes o próprio adulto leva essa ideia para a criança, e a prejudica. Outras vezes a obsessão pelo tamanho vem de uma comparação que o menino fez dele com outra criança mais velha em algum momento, ou de uma piada que algum parente ou amigo fez. Se o homem soubesse que a mulher não está focada só no pênis, porque ele é apenas um complemento da relação sexual, ele não ficaria tão vidrado neste problema

Fora isso, o médico chama a atenção para uma prática errada bastante comum: a de medir o pênis usando réguas ou fitas métricas. Por não saberem direito por onde começar, os homens geralmente deixam de contar centímetros importantes.

Quase ninguém aperta a gordura sobre o osso do púbis, por exemplo, e isso é errado. Se você acha que seu pênis é pequeno, procure um urologista. Ele vai te orientar sobre tudo

útero nas mulheres e também do próprio pênis, daí a questão se torna de saúde, não só de conforto.

Por gerar inflamações crônicas, a má higiene do pênis está diretamente relacionada à doença, explica Paulo Egydio. De acordo com ele, no geral os homens não tomam os cuidados necessários com a limpeza ou por falta de instrução, ou por dificuldade de exposição da glande, causada por fimose.

No prepúcio existem diversas glândulas sebáceas. Junto com o sebo produzido por elas, ainda há acúmulo de urina no local, o que gera multiplicação de bactérias. Por isso, é preciso sempre fazer a higiene com água corrente e qualquer tipo de sabonete

Enquanto meninas são ensinadas a ir frequentemente ao ginecologista desde muito cedo, quando acontece a primeira menstruação, o mesmo hábito não é cultivado entre os garotos. Geralmente, as famílias só levam os filhos ao urologista quando há algum problema, e não como rotina de prevenção.

O ideal, de acordo com Egydio, é visitar o médico ao menos uma vez por ano. Em casos em que algo diferente é constatado — como, por exemplo, doenças transmissíveis ou congênitas, como a varicocele —, esta frequência precisará ser menos espaçada. De qualquer maneira, o urologista deve ser visto como alguém que não vai apenas apresentar a cura para problemas, mas, sim, orientar os meninos desde a puberdade.

Eles deveriam ser levados ao consultório para aprender a usar o preservativo, para vermos se há fimose ou curvatura, para receber orientações a respeito de ejaculação e masturbação. Outra coisa importante é que os rapazes saibam qual o papel do homem na hora de evitar uma gravidez indesejada. Na maioria, eles acham que só a mulher tem que ter este cuidado, quando, na verdade, a responsabilidade do homem é de 50%


O urologista explica que recebe em seu consultório diversos pacientes que se queixam de falta de prazer ou dificuldades no sexo, e que a origem destes problemas está, muitas vezes, na falta de conhecimento sobre o próprio corpo e seu funcionamento.

Fico impressionado como a maioria dos jovens não sabe se masturbar. Muitos não usam gel lubrificante, por exemplo, ou fazem movimentos muito vigorosos com o pênis ereto, e tudo isso pode causar problemas.

Para Egydio, o ideal é que o pai converse com o filho sobre o assunto quando notar o aumento da produção de testosterona no menino — um sinal são os pelos crescendo, e a alteração da voz. No geral, isso tudo se dá a partir dos 12 anos de idade, mas alguns meninos podem ser mais precoces. Em casos em que não há abertura na família para conversas sobre sexo, o próprio urologista pode ajudar com sugestões e orientações

O médico lembra também que, em casos de homens adultos, uma ejaculação periódica ajuda a evitar problemas como a ejaculação precoce, além de possivelmente retardar o aparecimento de câncer de próstata, de acordo com um estudo australiano.

Ejacular com masturbação de duas a três vezes por semana é uma boa frequência. Não é obrigatoriedade, mas é um hábito saudável

Um mito comum entre os homens é o de que eles são praticamente imunes as doenças sexualmente transmissíveis.

O homem deposita o sêmen na vagina, então teoricamente a mulher fica mais suscetível a contaminações. Só que isso não significa que eles não peguem vírus e bactérias também.

A doença mais comum no consultório de Egydio é a infecção da uretra, a chamada uretrite, que pode ser causada, entre outros, por elementos como a gonorreia, a clamídia e a ureaplasma. Por isso, é fundamental que se use preservativos em todas as relações sexuais. E nada de dar aquela desculpa clássica de que colocar a camisinha causa perda de ereção. Para o urologista, a prevenção é questão de consciência e maturidade masculinas

Eles podem até não admitir, mas todo homem já broxou um dia.

A dificuldade de ter ou manter a ereção até ejacular é algo comum e tem sempre uma causa psicológica envolvida, como explica Paulo Egydio. É possível, claro, que também haja fatores orgânicos envolvidos, mas, para o médico, o fator emocional está sempre junto com o físico.

Problemas como a curvatura ou a falta de rigidez vertical, por exemplo, podem deixar o pênis sem funcionalidade. Para descobrir qual a causa por trás do problema o ideal é fazer uma avaliação médica.

Todo homem tem de três a quatro ereções durante o sono, além da ereção matinal. Se ele não está observando essa rotina há mais de uma semana, isso sugere que seja um fator orgânico. Fazemos exames com ereção induzida por remédio e ultrassons para avaliar se é hormonal. Se nada aparecer, é uma questão psicológica, e que pode sempre ser tratada

Quando um casal decide ter filhos e enfrenta dificuldades para engravidar, no geral a primeira providência tomada é buscar ajuda de um ginecologista. No entanto, em boa parte dos casos o problema pode estar com o homem, e não com a mulher.

Uma das principais causas de infertilidade masculina é a varicocele. A doença congênita, que causa a dilatação das veias do testículo e leva à consequente diminuição da produção dos espermatozóides, afeta 15% da população. Além dela, complicações da caxumba, testículos retráteis e traumas em que o testículo é rompido, gerando anticorpos contra o espermatozoide, também são causas frequentes de infertilidade.

Em todos os casos, é importante se consultar com um urologista para se informar sobre os tratamentos disponíveis.





Fonte: R7

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