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Internacional
Sexta - 04 de Setembro de 2015 às 07:36

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Foto: AP Photo/Pat Sullivan

Cirurgião Anthony Echo marca pele de idoso durante preparação para separar mão do abdômen

Cirurgião Anthony Echo marca pele de idoso durante preparação para separar mão do abdômen

O motorista de ônibus escolar aposentado Frank Reyes, de 87 anos, sofreu um ferimento gravíssimo na mão esquerda enquanto trocava o pneu de um trailer em junho em Missoury City, no Texas, Estados Unidos. Os médicos avaliaram que a abordagem tradicional, de limpar e fazer um curativo no ferimento, não seria eficaz e que o idoso corria o risco de ter o membro amputado. Então pensaram em uma estratégia pouco convencional para tratar o ferimento: costuraram a mão ferida sob a pele do abdômen do paciente.

O objetivo foi dar tempo para o ferimento se curar e formar um novo suprimento de sangue. Esse tipo de cirurgia - de conectar uma parte do corpo na outra ou colocá-la sob a pele - não é nova, mas também não é tão comum. O procedimento é usado no campo de batalha e em situações de trauma. Progressivamente, pesquisas também estão usando a técnica para incubar partes do corpo desenvolvidas em laboratório.

O cirurgião plástico Anthony Echo, do Hospital Houston Methodist, pensou nessa estrategia quando viu o ferimento de Reyes. O acidente ocorreu quando o idoso trocava um pneu e o macaco escorregou, prendendo sua mão contra o paralama. Era um dia muito quente e, na meia hora que demorou para a ajuda chegar, o calor do metal "cozinhou" sua mão, queimando através de uma luva grossa sua pele, tendões e tecidos.

Grande parte de seu dedo indicador teve que ser amputado e o ferimento ainda continuava a piorar. Sua pele estava quase totalmente morta. Echo avaliou que usar um enxerto de pele retirado de outra parte do corpo também não funcionaria. Os danos chegavam até o osso e, sem um bom suprimento de sangue, um enxerto não sobreviveria.

O cirurgião, então, resolveu enfiar a mão dentro do abdômen de Reyes. "A pele abdominal 'gruda' à mão" e novos vasos sanguíneso se formam para contectá-los, explica o médico. Sem essa técnica, provavelmente ele teria perdido todos os dedos.

A neta de Reyes, Case Reyes, diz que pensou que o tratamento tivesse sido tirado de um filme de ficção científica quando os médicos explicaram para a família o que achavam que deveria ser feito. O idoso concordou em se submeter à técnica.

O cirurgião plástico especialista em transplantes Vijay Gorantla, da Universidade de Pittsburgh, diz que a operação não é nova, mas que muitos médicos não se dão conta de que ela pode ser uma opção em situações como essa. "O mérito é dos cirurgiões por terem escolhido isso" para ajudar o paciente, ele diz. "A técnica dá resultados fenomenais, especialmente nesse tipo de ferimento, com complicações mínimas."

Na quinta-feira passada, três semanas depois do procedimento, os médicos retiraram a mão de Reyes do abdômen, levando junto uma tira de pele do abdômen, que está sendo usada para cobrir o ferimento. O idoso se recupera bem e diz que assim que for liberado pretende fazer uma pequena viagem.





Fonte: Associated Press

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