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Nacional
Sexta - 04 de Setembro de 2015 às 11:15

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Dos 694,5 mil empreendimentos que nasceram em 2009 no Brasil, mais da metade não sobreviveu até 2013. A pesquisa Demografia das Empresas, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (04), mostrou que apenas 329,9 mil das companhias abertas nesse ano, ou 47,5%, continuaram ativas até quatro anos depois.


“Isso chama atenção. Mais da metade das empresas não terem sobrevivido de 2009 para 2013. Se a gente for observar o porte, a faixa de pessoal ocupado na faixa zero tem apenas 40,9% de sobrevivência. É uma taxa alta, mais de 60% saíram”, analisou o gerente de disseminação análise e do sistema de manutenção cadastral do IBGE, Francisco Marta.

O especialista pontuou ainda que a taxa de sobrevivência das empresas que nasceram em 2009, com 1 a 9 funcionários, era de 69,1% em 2013, enquanto a de 10 funcionários ou mais chegou a 76,7%.

“Isso chama atenção porque o tamanho da empresa, do porte influencia a capacidade de se manter no mercado. É um fator que explica”, analisou Francisco Marta.

De acordo com ele, outro fator que influencia é a atividade que a companhia desempenha. Das 694,5 mil de empresas que abriram em 2009, 536,6 mil, ou 77,3%, sobreviveram até 2010, enquanto em 2011, haviam sido 452,5 mil, ou 65,2%. O movimento descendente permaneceu em 2012, com resistência de 387,4 mil, ou 55,8% do total.

“Que tem mobilidade maior da empresa, sai mais do mercado. Atividade que tem complexidade maior, como indústria ou tecnologia, elas sobrevivem mais. Empresas de comércio, relacionados a serviços pessoais, tem taxa de saída muito alta. Ou seja, a sobrevivência cai. Tem muita empresa, comércio e serviços [entre os negócios que foram fechados no período]”, concluiu.

4,8 milhões empregam 41,9 milhões
A pesquisa mostrou ainda que, em 2013, havia 4,8 milhões de empreendimentos ativos, que ocupavam 41,9 milhões de pessoas, sendo 35,1 milhões de assalariados (83,6%), e 6,9 milhões (16,4%) na condição de sócio ou proprietário.

Nesse ano, as empresas que saíram do mercado totalizaram 695,7 mil, ou 14,6%. Em 2012, a taxa de saída de empresas foi maior, 17,4%.

Para o gerente de disseminação análise e do sistema de manutenção cadastral do instituto, Francisco Marta, a principal influência também vem das empresas sem nenhum funcionário. De acordo com ele, a taxa de saída “é muito alta”.

“Com relação a essa taxa de saída, o problema é muito influenciado pelas empresas que tem população ocupada igual a zero. Se observar o porte da empresa, nessa taxa de zero, a taxa de saída é muito alta. Então, isso influencia”, analisou.

De 2012 para 2013, no entanto, houve variação negativa de 2,8 pontos percentuais nas taxas de saídas. Nesse período, todas as seções de atividade, com exceção de eletricidade e gás apresentaram queda nas taxas de saída de empresas do mercado.

“Em empresas de 1 a 9 funcionários, a taxa de saída fica em 4,4%. E 10 ou mais [empregados], 1,3%. Ou seja, nós temos 25,7% [do total] na faixa de zero que tem taxa alta de saída. Na verdade, o movimento de entrada e saída nessa faixa de pessoal ocupado é muito alto [zero funcionários]. Nessa faixa sim. Sai mais do que entra”, analisou.

De acordo com Franscisco Marta, isso ocorre por causa de problemas nas declarações das empresas com zero pessoas ocupadas. O IBGE trabalha com informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

“Como trabalhamos com a RAIS, empresas com zero pessoas ocupadas temos problema na captação da informaçao. Muitas delas informam que estavam ativas ou não. Empresa com maior pessoal tem cuidado maior na declaraçao. Essa pesquisa analisou muito pontualmente a previdência das empresas. E o ano de referência foi de 2009. Pegamos empresas mais novas e acompanhamos como estavam", explicou.

Sobreviventes
Do total de 4,8 milhões, 81,7%, ou 3,9 milhões, eram sobreviventes, enquanto 18,3% (871,7 mil) eram entradas. Destas, 13%, ou 621,8 mil eram “nascimentos”, enquanto 5,2% (249,9 mil), eram “reentradas”.

As empresas sobreviventes se destacaram no pessoal ocupado total. Segundo análise, elas correspondiam a 95,2% dessa população. Elas também se sobressaíram entre o pessoal assalariado, 97,5%, e no salário e outras remunerações pagas no ano, com 99,1% do total.

Os empreendimentos que entraram em atividade em 2013 acresceram 4,8% do pessoal ocupado total e 2,5% no pessoal ocupado assalariado. As companhias que saíram do mercado, no entanto, caíram 3,5% e 1,5%, respectivamente.

“É importante observar que o saldo de empresas tem sido sempre positivo, registrando um número maior de entradas do que de saídas”, ressaltou o IBGE.

Em relação a 2012, houve crescimento de 3,8% no número de empresas, ou 176,2 mil, 3,1% no pessoal ocupado total (1,3 milhão), e 3,3% no pessoal ocupado assalariado, ou 1,1 milhão.

Comércio se destacou
A análise mostrou que o comércio se destacou com o maior saldo positivo entre as empresas que saíram e entraram no mercado em 2013. O setor também foi destaque no pessoal ocupado assalariado. Do total de 887,7 mil pessoas em atividade, 30,3% (268,6 mil) estavam no comércio.

“O comércio, mais uma vez, tem ganho absoluto de pessoal ocupado assalariado. No saldo do número de empresas [que entraram e saíram], o comércio ficou em primeiro lugar, com saldo de 35.948 empresas. E no saldo de pessoal ocupado, também em primeira colocação, com 106.148 mil pessoas ocupadas assalariadas”.

O gerente ressaltou que a indústria de transformação teve comportamento positivo no saldo de empresas, com aumento de 9,101 empreendimentos. No pessoal ocupado, contudo, houve uma queda de 30.642 mil pssoas no saldo entre aqueles que entraram e saíram.

Alto crescimento
Ainda segundo a pesquisa, as empresas de alto crescimento - as que detinham pelo menos 10 pessoas assalariadas em 2013 - tiveram aumento superior a 20% ao ano, nos últimos três anos, do pessoal ocupado. As empresas de alto crescimento ocupam 5 milhões de pessoal assalariado.

“33.374 mil empresas equivalem a 0,7% do total de empresas ativas. E elas representam 7% das empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas. Elas tiveram crescimento muito alto em pouco tempo", afirmou.

De acordo com o gerente, as maiores proporções de crescimento são na área administrativa e serviços complementares, que são atividades como seleção, agenciamento e locação de mão de obra, agência de viagem, vigilância limpeza de edifício e serviços de escritório.

Segundo o gerente, as menores proporções foram analisadas nas áreas de alojamento e alimentação, com 4%, artes, cultura, esporte e recreação, com 5,5%, e comércio e reparação de veículos, 5,5%. “Elas registraram as menores proporções entre as grandes".

Regiões
Entre as regiões, o Sul e o Sudeste apresentaram as maiores taxas de sobrevivência com 83,4% e 82,4%, respectivamente, estando acima da média nacional, 81,7%. As menores taxas de foram analisadas nas regiões Norte, 75,7%, Nordeste, 79,3% e Centro-Oeste, 79,4%.





Fonte: G1

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