Leite é jogado fora por falta de energia em assentamento rural de MT

Moradores do Assentamento Carimã, na região da cidade de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, estão tendo prejuízos financeiros com a perda da produção de leite. Os produtores alegam que há um ano sofrem com problemas de fornecimento de energia elétrica na região, que oscila diversas vezes. Por isso, quando o leite não é refrigerado e estraga, acaba sendo jogado fora.

A Energisa, concessionária de energia de Mato Grosso, informou que temporais podem ter provocado a falta de luz no assentamento. Também disse que tem inspeções programadas para este mês no assentamento e deve corrigir os problemas.

Em algumas das propriedades os moradores perdem até 400 litros de leite por dia pela falta de energia elétrica. A maioria das pessoas trabalha com o leite e envia para uma cooperativa. São 195 famílias de assentados.

Na propriedade de Dinair Correia, 25 vacas são criadas em um pasto, principal fonte de renda para a família. A produção no local passa de 100 litros e vem para um resfriador, comprado no valor de R$ 20 mil. O aparelho mantém o leite em uma temperatura abaixo de três graus.

Além de prejudicar os aparelhos usados na produção do leite, a falta de energia também compromete o fornecimento de água das propriedades. “Sem água vai fazer o que? Só passa nervoso na gente. Por isso tem gente que vende a propriedade, não tem como trabalhar”, declarou Dinair.

Segundo os produtores, a energia oscila constantemente. Em algumas ocasiões os moradores ficaram quatro dias sem eletricidade. Parte do leite é jogado fora e outra parte é dada aos porcos que são criados na comunidade. Os produtores tiveram prejuízos que ultrapassaram mais de R$ 9 mil, após mais de 4 mil litros de leite serem jogados no lixo.

“Sem energia nós não produzimos nada. A perca é muito grande”, lamentou José Ferreira. Um outro problema enfrentado atinge os pastos do gado. Os animais sofrem com a falta de água, já que a bomba usada para enviar a água fica sem eletricidade.

“Se eu não tiver o leite não tenho nem como pagar a energia no final do mês, que ultimamente está caríssima”, reclamou Turíbio Alves Fernandes.