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Policia MT
Sábado - 10 de Outubro de 2015 às 08:08

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Um empresário do ramo de câmeras de videomonitoramento foi preso, na noite da última quinta-feira (08), acusado de tentativa de suborno.


A propina consistia em superfaturar um contrato já em vigor feito entre o Instituto Sócio Educativo do Espírito Santo, o Iases, e a empresa responsável pelas instalações e manutenções das câmeras de videomonitoramento do instituto, que foi renovado na última quinta feira (8). O funcionário da empresa propôs um aditivo de 25% no valor pago no contrato que passaria a valer também para a Secretaria de Justiça, mas este aditivo, na prática, seria repassado em porcentagens para o secretário, para o próprio suspeito e para um servidor do Iases.

"A lei permite a aditivação de 25%, mas o que acontece muitas vezes nesse caso, é que o Estado não tem aquela efetiva necessidade de aditivar esses 25% e ele sabia disso. Ele fez a proposta e se a gente por ventura aceita e aditiva esses 25%, ele ganha, lucra, recebe e paga uma parte da propina e entrega o material para o Estado, mas é tudo fruto de uma negociação ilícita", disse o secretário estadual de Justiça, Eugênio Ricas.

O primeiro encontro do suspeito com representantes da Secretaria de Justiça aconteceu na última terça-feira (6). Rodrigo Araújo se reuniu com o subsecretário, onde já ofereceu propina. No dia seguinte, foi recebido pelo próprio secretário, mas desta vez nada foi oferecido. Tendo conhecimento das intenções criminosas de Rodrigo, o secretário procurou a superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo que armou uma operação para deter o acusado. "Ele nos relatou que tinha contrato em vários estados como Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, no Amazonas, então percebemos que seria necessário uma capilaridade maior para aprofundar as investigações e aí foi montado uma operação para que tudo fosse gravado e para que os policiais dessem esse apoio", disse Ricas.

O encontro foi marcado através de uma troca de mensagens no celular em um restaurante na capital. Ao oferecer a propina, Rodrigo recebeu voz de prisão. "Ele começa apresentando a empresa fazendo propagando do produto que ele vende e depois ele é bem direto, ele disse “eu não tenho vendedor, então o que a empresa poderia gastar com comissão de vendedor, nós pagamos para vocês“. Mas nós somos servidores públicos e temos um dever com o Estado, nós não trabalhamos por comissão e foi o momento que ele recebeu voz de prisão".

O suspeito foi levado para a sede da Polícia Federal, em Vila Velha, onde prestou depoimento durante a noite. Advogados estiveram no local, mas não quiseram falar com a imprensa. Rodrigo é natural do Mato Grosso, mas mora em Vitória. O contrato foi assinado há um ano e segundo o secretário, sem indícios de irregularidades. "O secretário de controle e transparência já está ciente do caso e possivelmente a lei anticorrupção será aplicada e a empresa pode sofrer sanções, mas isso vai ser analisado com o decorrer do tempo", finalizou Ricas.

A equipe da TV Vitória tentou contato com a empresa envolvida no caso, mas ainda não teve retorno.

AUSEC AUTOMOÇÃORodrigo é representante de uma empresa videomonitoramento de Cuiabá. Em Mato Grosso, a empresa possui contratos com vários órgãos públicos, tanto em nível estadual quanto em prefeituras no interior.

A empresa encaminhou nota de esclarecimento sobre a detenção de Rodrigo. Veja a íntegra:

NOTA À IMPRENSA
No que diz respeito aos fatos noticiados na imprensa, acerca da imputação de tentativa de suborno, por parte de um funcionário da empresa em face do Secretário de Justiça do Estado do Espírito Santo, a empresa tem a esclarecer que:1) Possui mais de 12 (doze) anos de atuação no mercado nacional, sem que haja qualquer ato que desabone sua história empresarial, e jamais sofreu qualquer processo envolvendo imputações dessa natureza;2) A empresa respeita as leis regentes, não pactua com atos dessa natureza, e assim que tomou conhecimento dos fatos, determinou imediatamente apuração interna, com a finalidade de apurar a responsabilidade pelos atos noticiados;3) Informa ainda, que o contrato vigente com o Instituto Sócio Educativo do Espírito Santo não padece de quaisquer vícios ou irregularidades. Corroborando com o delineado acima, foi publicado também nesta sexta-feira (09) que: “o contrato foi assinado há um ano e meio e segundo o secretário, sem indícios de irregularidades”;4) Por fim, informamos que nunca autorizamos a qualquer funcionário ou preposto da empresa a agir em descompasso com as leis vigentes, salientando que desde já nos colocamos a disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos e subsídios necessários para que os fatos sejam devidamente apurados.





Fonte: Folha Max

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