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Terça - 31 de Maio de 2016 às 06:46
Por: Rafael Costa - Folha Max

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Em depoimento a Polícia Civil no inquérito relacionado à Operação Sodoma, o ex-secretário de Estado, Pedro Elias Domingos, afirmou que o ex-deputado estadual José Riva articulou a substituição da empresa Consignum, que atua no ramo de empréstimos consignados e cujo proprietário, o empresário Williams Mischur pagava propina de R$ 700 mil mensal.

A ideia seria substituir Consignum pela empresa Zetra, que se trata da Zetrasoft, que estaria disposta a pagar R$ 1 milhão mensal em propina independente de qual candidato fosse vitorioso nas eleições de 2014. A Zetrasoft pertence ao empresário Fábio Drumond, que acabou sendo denunciado na Operação Sodoma, e gerencia empréstimos consignados aos servidores públicos.

A Zetrasoft, empresa que atua no ramo de empréstimos consignados, não tem contrato firmado atualmente com a gestão estadual. Uma licitação foi lançada para contratar uma empresa que lida com empréstimo consignado.

Porém, foi suspensa pela Justiça justamente a pedido da Consignum. “O interrogando foi chamado por José Riva na Assembleia Legislativa em seu gabinete, tendo Riva determinado para o interrogando dar andamento na licitação, tendo em vista que a Zetra participaria e dito ainda ao interrogando que a Zetra poderia chegar a um valor de propina de R$ 1 milhão mensal e que continuaria a pagar a propina independentemente do vencedor das eleições”, diz um dos trechos do depoimento.

Conforme o depoimento de Pedro Elias, Riva tinha interesse em substituir a empresa Consignum visando um recebimento de propina que seria maior. Embora o ex-deputado trabalhasse por uma nova licitação, a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) firmou um termo de cooperação técnica publicado no dia 17 de fevereiro de 2014 no qual prorrogava o contrato com a Consignum por 24 meses.

A partir daí, Riva passou a travar uma guerra com a Consignum. No entanto, após várias negociações, o empresário Williams Mischur e o ex-deputado fecharam um acordo.

A propina antes paga a Silval Barbosa seria direcionada a Riva para quitar uma dívida de R$ 2,5 milhões que o ex-governador mantinha com o ex-deputado na compra de uma fazenda. Da propina de R$ 700 mil mensal que recebeu da Consignum, Riva descontava R$ 100 mil e distribuía da seguinte forma: R$ 50 mil para Pedro Elias, na época secretário de Estado de Administração, R$ 25 mil para o secretário adjunto José Nunes Cordeiro e outros R$ 25 mil para Cláudio Nogueira, um dos secretários adjuntos da pasta.

O Ministério Público Estadual abriu um inquérito para investigar a destinação da propina paga pela Consignum. Durante fase da Operação Sodoma, policiais civis apreenderam R$ 1 milhão no apartamento do empresário Willians Mischur e existe a suspeita de que o valor seria repassado para agentes da atual gestão.

O inquérito estava nas mãos do promotor Mauro Zaque. No entanto, ele declinou da investigação por ter sido secretário de Segurança Pública na atual gestão e hoje o inquérito está com Roberto Turin.

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