Blairo Maggi contraria tese de Bolsonaro de excluir sem-terras e adverte que não faz política com bravata

Defensor da regularização de áreas para que os pequenos agricultores tenham acesso ao crédito agrícola, o ministro da Agricultura, senador Blairo Maggi (PP), ficou claramente irritado com a tese do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), de que um projétil calibre 372 é a solução para os trabalhadores rurais sem-terra. Ele admitiu que a declaração de Bolsonaro, em recente visita a Cuiabá, provocou reações contrárias em diferentes gabinetes, em Brasília, e tachou de "bravata". 

O ministro, que já tem experiência no Poder Executivo como governador de Mato Grosso, criticou a incitação da violência feita pelo parlamentar. “Claro que o deputado [Jair] Bolsonaro faz política de bravata! E não é o que devemos fazer quando estamos sentados numa mesa do Executivo”, respondeu Maggi, após participar da abertura da 52ª Exposição Agropecuária de Cuiabá, na noite deste sábado (2), no Parque de Exposições Jonas Pinheiro.

Ao lado do governador José Pedro Taques (PSDB) e dos senadores Cidinho Santos (PR) e Wellington Fagundes (PR), Maggi defendeu a inclusão dos assentados, em reação contrária à exclusão pregada por Bolsonaro. “Sou contra a tese de exclusão. O Bolsonaro representa uma parcela da sociedade que pensa como ele; que acredita que a exclusão é a solução”, lamentou o ministro da Agricultura.

“A solução é a inclusão dos que estão assentados em 88 milhões de terras rurais. E temos que incluir esse pessoal. A ordem é emancipar: dar a possibilidade a essas pessoas de irem ao banco tomar dinheiro emprestado para produzir”, defendeu ele, que deixa no ar certo temor com o crescimento das teses de Bolsonaro perante à sociedade brasileira.

“Inclusão é assunto que já levei para o nosso Comitê Econômico da Presidência da República. E o presidente [Michel] Temer já autorizou. O Brasil tem jeito. Temos como sair dessa situação. Precisamos trabalhar”, concluiu Blairo Maggi.