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Nacional
Quinta - 09 de Março de 2017 às 19:05
Por: Rafaela Lara/Veja.com

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Paulo Monteiro Amorim, líder da comunidade católica “Família em Missão” (Whatsapp/Reprodução)
Paulo Monteiro Amorim, líder da comunidade católica “Família em Missão” (Whatsapp/Reprodução)

O líder religioso Paulo Monteiro Amorim, de 53 anos, foi preso nesta quarta-feira suspeito de abusar sexualmente de, pelo menos, cinco jovens de 18 a 20 anos que participavam de uma comunidade católica comandada por ele no Bairro Meireles, em Fortaleza, Ceará.

De acordo com a Polícia Civil, o religioso dopava as vítimas com medicamentos para tosse e chás para dormir para, em seguida, abusar das jovens. Uma das vítimas sofreu os abusos quando tinha 12 anos, mas nunca havia denunciado por medo de represálias. A prisão preventiva de Amorim foi expedida pela 12ª Vara Criminal de Fortaleza.

Além das cinco jovens que procuraram a polícia e formalizaram o depoimento, outras integrantes da comunidade católica também relataram abusos. Os investigadores trabalhavam no caso há cerca de duas semanas.

Segundo o delegado Dionísio Amaral, responsável pelas investigações, o religioso não chegou a praticar conjunção carnal com as vítimas, mas os atos libidinosos aconteceram diversas vezes. “As jovens tinham a liberdade para dormir da casa dele. Ele exercia forte persuasão na comunidade e era um líder muito respeitado pelos demais. As jovens afirmam que eram tratadas como filhas, inclusive chamando Paulo de ‘papi’ e sua esposa de ‘mami'”, afirmou o delegado.

Segundo as vítimas, após tomarem os remédios e chás, elas apresentavam confusão mental e tinham lapsos de consciência. Os abusos sempre aconteciam durante a noite na casa do religioso. Amorim é o fundador da comunidade religiosa Família em Missão, criada há nove anos. Antes de fundar o grupo na capital cearense, o religioso morava em São Paulo e pertencia à comunidade católica carismática Canção Nova.

De acordo com o delegado, as investigações podem chegar até São Paulo. “Como ele também atuou em São Paulo, as investigações também se concentram em possíveis vítimas na cidade. Ainda estamos na fase de averiguação, mas não descartamos isso. Depois que as primeiras jovens nos procuraram, outras também relataram abusos”, afirmou.

Em depoimento no 2º DP de Fortaleza, Amorim nega as acusações e diz que é alvo de perseguição e disputa entre jovens que não gostam de sua atuação no grupo católico. A esposa do religioso afirma que não sabia dos abusos praticados pelo marido em sua casa.





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