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Nacional
Quarta - 12 de Abril de 2017 às 23:13
Por: Daniel Pereira, Felipe Frazão, Hugo Marques, Marcela Mattos, Renato Onofre, Robson Bonin, Rodrigo Rangel, Thiago Bronzatto/Veja.com

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O empreiteiro Emílio Odebrecht, em depoimento no processo de delação, relata um encontro com Lula, dentro do gabinete presidencial, no Palácio do Planalto, em que tratou com o então presidente das obras de reforma do sítio de Atibaia. “Em reunião havida com o ex-presidente em 30 de dezembro de 2010, em Brasília, na sala dele no Planalto, ou seja, no penúltimo dia do seu mandato, informei a ele que iria entregar o ‘empreendimento’ [a reforma do sítio] até 15 de janeiro de 2011”, disse Emílio Odebrecht. “Eu disse: olhe, chefe! O senhor vai ter uma surpresa. Nós vamos garantir o prazo que nós tínhamos dados lá no negócio do sítio”, complementou.

O patriarca da maior empreiteira do país revela que partiu da ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro, o pedido para que a empreiteira realizasse as obras de reforma no Sítio de Atibaia. Emílio conta que foi procurado pelo executivo Alexandrino Alencar, em meados de novembro de 2010, para tratar do assunto envolvendo um sítio em Atibaial. Um dos diretores da Odebrecht mais próximos de Lula, Alexandrino disse a Emílio que havia encontrado com a primeira-dama Marisa Letícia na festa de aniversário do presidente petista, realizada no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília. “A primeira-dama pediu a Alexandrino que a Odebrecht a ajudasse na realização das obras em um sítio em Atibaia, pois ela queria fazer uma surpresa para o seu marido, assim que ele deixasse a Presidência. Alexandrino me avisou do pedido de dona Marisa e me disse para não comentar nada com o ex-presidente, pois dona Marisa havia informado que o sítio seria uma surpresa”, disse Emílio no depoimento de delação.

Ao reconstituir a reunião que teve com Lula no Palácio do Planalto, Emílio Odebrecht afirma que mesmo tendo sido alertado de que a obra seria uma “surpresa” resolveu comunicar diretamente ao presidente a conclusão da reforma: “Neste momento [em que Emílio falou da obra a Lula] ele não demonstrou nenhuma surpresa, comprovando portanto, que já sabia da ‘surpresa’.”

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