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Terça - 16 de Maio de 2017 às 07:42
Por: Celly Silva/Gazeta Digital

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“Eu não sou homem de mentir, eu não sou homem de fraudar. Eu não preciso disso! Só se eu fosse louco, teria que me colocar numa camisa de força se eu fosse fraudar um documento e levar o conhecimento ao procurador geral da República! Eu sou promotor de Justiça, eu tenho uma vida aqui, uma história, eu nunca precisei lançar mão desse tipo de expediente de fraudar nada”.

Otmar de Oliveira

Mauro Zaque afastou possibilidade de fraude em protocolo de sua parte

Com essas palavras, concedidas em entrevista ao Jornal da Capital FM, nesta segunda-feira (15), o promotor de Justiça Mauro Zaque se defendeu das acusações do governador Pedro Taques (PSDB), que na sexta-feira (12) negou que tenha recebido denúncia formal do então secretário de Estado de Segurança Pública sobre a existência de um esquema de espionagem ilegal promovido por pessoas da cúpula do governo, no ano de 2015.

Na ocasião, Taques também acusou Zaque de fraudar o documento que chegou às mãos do procurador geral da República, Rodrigo Janot, em janeiro deste ano, com a denúncia da arapongagem em que autoridades, políticos, servidores públicos, jornalistas e advogados foram vítimas.

O documento alvo de suposta fraude foi registrado no dia 14 de outubro de 2015, às 10h26, no Palácio Paiaguás, quando Zaque ainda era secretário de Segurança. Segundo Pedro Taques, o protocolo é uma fraude, já que no Palácio não existe a tramitação do mesmo documento relacionado à denúncia de arapongagem em Mato Grosso, mas sim um documento da Câmara Municipal de Juara solicitando obras junto à Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), registrado na mesma data, mesmo horário, mesmo número e mesmo código de barras.

Reprodução

Do lado esquerdo, protocolo apresentado por Mauro Zaque; à direita, protocolo apresentado por Pedro Taques

Em entrevista ao Jornal do Meio Dia desta segunda-feira (15), o promotor mostrou os dois protocolos dos documentos que encaminhou a Pedro Taques, juntamente com o então secretário-executivo de Segurança Pública, Fábio Galindo.

“Esse é o do dia 8 que o governo diz que recebeu e encaminhou para o Gaeco e esse é o do dia 14. Tá aqui, tá tudo certo. Tá tudo encaminhado, os dois aqui, os dois na Casa Civil, não tem nenhum da Sinfra aqui, estão aqui os protocolos”, disse, mostrando os papéis. (veja o vídeo abaixo)

Na Rádio Capital, Mauro Zaque afirmou que não tem responsabilidade sobre o sistema de registro do governo e que isso é um problema secundário. “Se houve algum problema, alguma confusão com o protocolo do Estado, o protocolo do Estado é administrado pelo Estado! Quem gerencia esse sistema não sou eu. Não vou nem discutir isso. Os fatos estão colocados. (...) Eu não vou entrar em polêmica, eu não vou entrar em bate-boca. Nós não podemos priorizar o acessório em detrimento do principal”, disse.

Ainda de acordo com o promotor, mesmo que o documento formal não tivesse chegado às mãos do governador, este já estava ciente do problema por meio de várias conversas entre ele e testemunhadas pelo ex-secretário Fábio Galindo. “Eu protocolei esse documento. Não obstante e independente de protocolar o documento, eu tive diversas conversas com o governador sobre esse assunto. Eu e o Fábio Galindo, que era meu secretário-executivo, também participou dessas conversas. Ele sabe que tudo isso foi alinhado com o governador”, afirmou Zaque.





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