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Cultura
Sexta - 02 de Novembro de 2018 às 10:13
Por: Karina Stein/Mídia News

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Alair Ribeiro/MidiaNews
“Quando ele me falou que unia o cinema e que eu podia criar mais, meus olhos se encheram de brilho”, disse Fernanda quando soube da possibilidade de unir jornalismo e cinema
“Quando ele me falou que unia o cinema e que eu podia criar mais, meus olhos se encheram de brilho”, disse Fernanda quando soube da possibilidade de unir jornalismo e cinema

Com boas histórias na mão e uma técnica ainda pouco usual no jornalismo, a estudante Fernanda Elisa Trindade resolveu apostar em uma nova narrativa para contar a trajetória de cinco mulheres que vieram do Haiti para Cuiabá em busca de novas oportunidades de vida.

Graduanda de Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso, Fernanda dirigiu e roteirizou o filme “Mulheres Haitianas, Vidas Cuiabanas” como seu trabalho de conclusão de curso. O filme faz parte de um gênero chamado jornalismo cinematográfico.

“Mulheres Haitianas, Vidas Cuiabanas” conta a história de cinco mulheres que vieram do Haiti para tentar uma vida nova no Brasil e acabaram fazendo da Capital seu novo lar.

A narrativa amarrada com sons, imagens e depoimentos das entrevistadas, apresenta ao espectador as personagens e conta a história de como elas chegaram aqui, a relação delas com o trabalho, as barreiras que enfrentaram com o idioma e a saudade da terra natal.

De acordo com o orientador do trabalho, professor Pedro Pinto de Oliveira, a técnica busca unir a arte do cinema com o jornalismo. “Não é um documentário no sentindo formal. Ele teoricamente trabalha mais os aspectos do cinema, como elementos significadores de som, trilha sonora e composição de imagens”, conta.

Quando foi apresentada à técnica, Fernanda ficou empolgada. “Quando ele me falou que unia o cinema e que eu podia criar mais, meus olhos se encheram de brilho”. Além de estudar e já trabalhar com jornalismo, Fernanda também é atriz de teatro.

Reprodução/YouTube

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Filme vai participar de festivais antes de ser exibido ao público

Por já ter uma certa familiaridade com as questões sobre minorias, decidir o tema do filme não foi tão difícil, segundo Fernanda.

“Acho que pelo simples fato da gente ser mulher e por essa questão do feminismo estar sendo tão debatida, foi um fator principal para eu escolher a mulher”.

Depois de uma visita ao Centro Pastoral Para o Migrante, em Cuiabá, a estudante se aproximou da comunidade haitiana na Capital.

Conforme relatório divulgado pelo Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso com dados colhidos pelo Instituto de Migrações e Direitos Humanos, nos últimos 10 anos mais de 3,5 mil haitianos chegaram a Cuiabá.

Muitas dessas pessoas vêm sozinhas para tentar arrumar emprego e mandar dinheiro para a família que ficou ou tentar trazê-los para o Brasil.

A distância e a saudade da família foram pontos que o filme mostra para o espectador com ajuda dos depoimentos das personagens e a narrativa.

Entre as diferentes histórias e personalidades de cada uma, elas têm coisas em comum. “Todas elas falam de saudade, da barreira com o idioma, da questão da precariedade do trabalho, que é muito evidente”, relata a estudante.

“A ideia é o filme ganhar asas. Já comecei a procurar alguns festivais bacanas de cinema”.

O trabalho de jornalismo cinematográfico feito por Fernanda é o primeiro do gênero a ser realizado na UFMT. De acordo com Pedro Pinto, que também faz parte do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da universidade, essa nova forma de narrativa jornalística é mais difundida nas universidades dos Estados Unidos e de países da Europa.

O filme ainda não está publicado para apreciação do público, pois Fernanda pretende apresentá-lo em festivais de cinema. “Tem muitos festivais que exigem que [o filme] seja inédito. Depois dos festivais, quero investir muito em mostras”.

Fernanda já apresentou um artigo científico derivado do filme na III Jornada Internacioal GEMInIS, que reúne pesquisadores das áreas de comunicação e audiovisual.

Veja o trailer:

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