Solta o som
Com 5 mil discos no acervo, sebo reúne raridades da era do vinil Há dois anos, paixão pela música fez casal unir coleções e criar o "Tchá Por Discos", em Cuiabá
Amantes de discos de vinil tem um lugar certo na Capital para compartilhar sua paixão. Criado em 2017, o sebo "Tchá Por Discos" reúne mais de 5 mil discos nacionais e internacionais em seu acervo, além de DVDs, CDs, fitas cassete e filmes em VHS, que juntos somam mais de mil itens.
Priscilla Figueiredo, 30, e Maximilliano Amorim, 36, eram amigos e se apaixonaram. Ela tinha uma coleção pequena de discos e ele já reunia vários títulos em seu acervo pessoal.
Depois de receber de um familiar um grande lote de discos, Priscilla teve a ideia de abrir um sebo, já que não poderia ficar com todos os títulos.
O sebo foi batizado por um amigo do casal, um inglês radicado no Brasil. Eles queriam algo que remetessem à cultura cuiabana e foi assim que o nome "Tchá Por Discos" surgiu.
O sebo funciona no coração da casa, que fica no Bairro Boa Esperança. As visitas são feitas apenas com hora marcada, pois Priscilla e Max conciliam os trabalhos com a venda dos discos.
Alair Ribeiro/MidiaNews
Max Amorim e Priscilla Figueiredo, donos da Tchá Por Discos
O cômodo é tomado por caixas e mais caixas de discos dos mais variados gêneros musicais. À primeira vista, podemos encontrar Clara Nunes, ABBA, Kid Vinil, Michael Jackson, Freddie Mercury, Ella Fitzgerald e Elis Regina.
A decoração do espaço fica por conta de relíquias da infância dos anos 80 e 90, como o brinquedo musical Genius e o Pense Bem, da Tec Toy, além de miniaturas de carros antigos feitas de ferro, que também estão disponíveis para a venda.
O acervo se renova a todo momento. Muitas pessoas procuram o sebo para dar um destino às coleções, que em alguns casos ficam paradas em casa sem nenhum propósito.
A divulgação acontece principalmente no boca a boca. “É bem trabalho de formiguinha mesmo, as pessoas têm que saber que a gente existe”, conta Priscilla.
Os discos são vendidos a partir de R$ 3, passando por preços médios de R$ 30 e R$ 45. Dependendo do estado de conservação e de quão rara for a edição, os preços podem chegar a R$ 100 ou até R$ 200.
Durante a nossa visita, o título mais caro disponível era o álbum "Tusk", da banda norte-americana Fleetwood Mac. A edição de colecionador do disco duplo lançado em 1979 sai por R$ 750, porém o valor é negociável.
O casal explica que não é só o valor do material físico que conta na hora da venda. A trajetória do artista e o papel do disco na história da música também agregam valor.
“Não adianta pensar ‘ah, vou vender por vender discos’. Tem que vender os discos com carinho, tem que ter sentimento. O disco não é só uma mídia como CD, DVD. Você sabe quanto perrengue um músico desses passa para chegar no estúdio para gravar?”, ressalta Max.
O espaço da Tchá Por Discos recebe clientes de diversas idades, mas o que chama atenção é a visita de famílias. “Vem pai, mãe e filho juntos. O pai mostra para o filho [os discos] e fala ‘olha, isso aqui que é música’, é bonitinho”, conta Priscilla.
Para quem quiser começar a colecionar alguns discos, eles alertam para os cuidados que o vinil exige. O recomendado é que ele seja armazenado dentro de um saco plástico transparente, para evitar poeira.
Tem que vender os discos com carinho, tem que ter sentimento
O ideal é que ele fique em pé em uma caixa, como os discos ficam no sebo, e de preferência com apoios na frente e na parte de trás, para que o disco não escorregue ou fique torto.
‘Roda Vinil’
Além da Tchá Por Discos, o casal organiza também a feira "Roda Vinil", evento que reúne outros colecionadores da capital para a troca e venda de itens colecionáveis.
O encontro já teve edições em vários pontos da cidade, incluindo na sede do sebo. O início foi com os discos, mas a variedade de objetos foi aumentando com o tempo.
“A gente pegou agora uma coleção grande de selos. Tem outras coleções sendo envolvidas além da coleção de disco. Já está virando um ‘Roda Coleção’. O vinil é o principal para atrair outras coleções e é uma das principais coleções que o ser humano moderno urbano tem feito”, declara Max.
Para quem quiser saber mais sobre o Tchá Por Discos, o sebo tem perfis no Instagram e no Facebook, onde eles divulgam novos títulos que entraram para o catálogo, além das datas das próximas edições do Roda Vinil.
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