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Quinta - 09 de Maio de 2019 às 16:22
Por: Por Elias Neto, TV Centro América

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Ruas do Centro guardam a história da capital — Foto: TVCA/Reprodução
Ruas do Centro guardam a história da capital — Foto: TVCA/Reprodução

As antigas ruas de Baixo, do Meio e de Cima deram início ao Centro Histórico de Cuiabá. Elas teriam sido construídas na época em que surgiram as Lavras do Sutil. A reportagem que conta a história do nascimento da região central da capital foi ar nesta quinta-feira (9), no MT1.

Acompanhado pelo jornalista Elias Neto, o professor de história Edmilson Marques de Moraes deu uma aula de campo pelas ruas estreitas, onde hoje abriga boa parte do comércio do centro da capital.

Milhares de pessoas passam pela região todos os dias, sem se dar conta de que o calçadão e seus casarões contam boa parte da nossa história. A antiga Rua de Baixo, hoje Galdino Pimentel. No passado, era ocupada quase que totalmente por residências.

Galdino Pimentel foi presidente da Província de Mato Grosso, nomeado por carta imperial em 1885. No Dia do Trabalhador, acompanhamos o biólogo Raul Vieira numa visita ao calçadão onde ele viveu a infância e juventude. Raul nasceu em 1952.

Quando ele viveu na região, já fazia muito tempo que o Brasil Colônia havia ficado para trás, mas depois da metade do século passado muita coisa ainda era como antes.

Falta de manutenção de casarões é um problema — Foto: TVCA/ReproduçãoFalta de manutenção de casarões é um problema — Foto: TVCA/Reprodução

Falta de manutenção de casarões é um problema — Foto: TVCA/Reprodução

O beco ao qual ele se refere hoje é o final da Rua Cândido Mariano que corta as três ruas. por falar em beco, as curvas da Galdino Pimentel, nos trazem a Rua 27 de Dezembro, conhecida como o Beco do Candeeiro. Há poucos metros do trecho restaurado parece que entramos num submundo, andar por aqui durante o dia é preocupante, o cheiro é de material em decomposição. Tudo está caindo aos pedaços.

Quando a noite chega, moradores de rua ocupam o espaço. O Beco do Candeeiro, que já foi um ponto romântico da cidade, hoje é conhecido por uma chacina. O crime ficou conhecido como a chacina do Candeeiro, quando três menores foram assassinados neste pontos. Somente um pequeno trecho da 27 de Dezembro foi restaurado.

Os casarões, na antiga Rua do Oratório, também estão em péssimas condições, desmoronando.

A superintendente do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan), Emília Hirata, disse que uma das dificuldades é fazer com que os proprietários entendam a importância da preservação desses imóveis. As famílias nem sempre se entendem. É o caso desse casarão que sofreu um desabamento de boa parte dele.

Além de ponto de partida para o desenvolvimento da capital de Mato Grosso, as ruas de baixo, do meio e de cima, demonstravam também a estratificação social da época.

Ruas ainda tem casarões do início da cidade — Foto: TVCA/ ReproduçãoRuas ainda tem casarões do início da cidade — Foto: TVCA/ Reprodução

Ruas ainda tem casarões do início da cidade — Foto: TVCA/ Reprodução

Na Rua do Meio, atualmente Ricardo Franco é por onde circulavam as pessoas mais simples, os serviçais. Quem foi Ricardo Franco? Ricardo Franco era português, engenheiro militar que chegou ao Brasil em 1780 e construiu várias obras para defesa do território nacional, entre elas, o Forte Coimbra, em Mato Grosso do Sul. E o quartel dos dragões em Vila Bela da Santíssima Trindade, a primeira capital de Mato Grosso. Bastava andar só mais um pouquinho para chegar à Rua de Cima, atual Rua Pedro Celestino. Os moradores eram os que decidiam os destinos de quem vivia na capital.

Pedro Celestino foi governador de Mato Grosso por duas vezes, de 1908 a 1911 e de 1922 e 1924. Galdino Pimentel e Ricardo Franco viraram calçadão na administração Dante de Oliveira. Hoje o calçadão é um ponto comercial e os lojistas reclamam que nos últimos tempos o movimento vem caindo.





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