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Policia MT
Terça - 21 de Agosto de 2012 às 08:31

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Midia News
 A Gazeta
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Trinta e nove criminosos fugiram da Penitenciária Central do Estado (PCE), antigo "Pascoal Ramos", na madrugada de segunda-feira (20), após explodirem o muro da unidade considerada de maior segurança de Mato Grosso. Até o final da manhã de ontem, 13 haviam sido recapturados. Pelo menos 8 veículos com criminosos armados, inclusive com fuzis, deram apoio à fuga, transportando os fugitivos e promovendo intenso tiroteio com policiais e agentes penitenciários.

A explosão, que aconteceu por volta das 2h30, deixou um rastro de destruição em mais de dez residências e comércios da rua 3, no Jardim Industriário. Pela manhã, moradores assustados, que ficaram em meio ao fogo cruzado, calculavam os prejuízos com a destruição de portas, janelas, telhados e forros que desceram em decorrência do deslocamento de ar produzido pela explosão. Outros, em choque, dizem que nunca esquecerão da madrugada em que acordaram em meio a escombros e tiroteio, descrito por todos como cenário de guerra.

Segundo informações da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária, os fugitivos escaparam da cela 10, do raio 3 da unidade, que é o penúltimo em relação à proximidade com o ponto da explosão. O grupo fugiu serrando as barras de ferro e, rastejando, chegaram ao buraco do muro após a explosão. Em seguida, foram resgatados pelas equipes de apoio que mantinham os veículos e motocicletas estacionados na quadra seguinte, na via paralela à BR-364, que dá acesso à região Sul do Estado.

Três veículos e 2 motocicletas, além de munições de grosso calibre, foram apreendidos no início da manhã por meio de operações da Polícia Militar. Quatro pessoas suspeitas de terem envolvimento com a ação também haviam sido detidas para investigação. Seis detentos da unidade, que estão entre os resgatados, foram levados ao Pronto-Socorro em decorrência das escoriações e lesões decorrentes da fuga.

O muro derrubado dá acesso à avenida Tatsumi Koga. No local foram deixadas 2 bicicletas, possivelmente utilizadas pelos criminosos que instalaram os explosivos. Peritos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) estiveram no local para recolher fragmentos para determinar o tipo de explosivos usados. Um bilhete rasgado, com nomes de supostos 14 internos, com os respectivos endereços dentro da unidade, foi localizado do lado de fora.

A divulgação da lista com os nomes dos fugitivos foi suspensa pela administração que optou pela contagem nominal de todos os 1,9 mil presos e não somente os que ocupavam o raio 3. Nesta contagem é feito o comparativo digital e fotográfico com a ficha de cada detento da unidade. Apesar da direção garantir que há um controle sobre o deslocamento entre raios e alas, denúncias de funcionários e de mulheres de presos apontam para livre escolha de locais de "pernoite" nas unidades, de acordo com o interesse dos próprios criminosos, sem controle da administração.

Investigação - Já no início da manhã os presidiários que haviam sido resgatados começaram a ser ouvidos pelo delegado Jean Marco Paccola, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (CGGO), da Polícia Civil, que irá investigar a fuga. Segundo o comandante do Batalhão de Guardas, tenente-coronel PM Maurício Domingues, no início da tarde mais 1 fugitivo havia sido resgatado.

Segundo ele, logo após a explosão cerca de 30 homens, entre militares e agentes do Serviço de Operações Especiais (SOE), que atua no sistema penitenciário, iniciaram a operação. Em seguida, receberam apoio dos PMs de batalhões de Cuiabá e até de Várzea Grande.

Afalta de efetivo para promover segurança na unidade, aliado à superlotação são os principais motivos para este tipo de ocorrência, alerta João Batista Pereira de Souza, presidente do sindicato dos agentes penitenciários do Estado. Segundo ele, em vez de 1 agente para monitorar grupos de 5 presos, no Estado a média é de 1 para grupo de 100. Disse que este tipo de ação já é esperada e apesar da categoria denunciar os riscos que enfrenta pela precariedade de condições, os administradores não se sensibilizam com a situação.






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